Ato de resistência contra reformas marca celebração dos 40 anos do Sitracom BG

2015-04-10_190211

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracom BG) celebrou seus 40 anos de fundação com uma grande mobilização que reuniu mais de 450 pessoas no Centro de Lazer da entidade. O evento que serviu de palco para a inauguração do novo prédio do complexo de lazer e também de um almoço de confraternização com associados e seus familiares foi marcado também por diversas manifestações de resistência contra as reformas trabalhista e previdenciária. “Como não poderia deixar de ser, nossa celebração tinha que ser marcada pela resistência e pela luta, agora para assegurar nossos direitos conquistados à custa muitas vezes do sangue dos trabalhadores”, enfatiza o sindicalista Arcelo Rossini.
Para ele, o Sitracom BG chega ao seu ano 40 com uma bagagem de inúmeras conquistas para os trabalhadores e por direito teria que estar comemorando esse aniversário. “Mas infelizmente não podemos nos dar ao luxo de baixar a guarda para simplesmente comemorar. Estão tentando acabar com tudo o que conquistamos. Capital e trabalho, está comprovado, não andam juntos. Ambos sentam em lados opostos da mesa e capital não tem bandeira, não tem país ou cor, só números. De outro lado lutamos por dignidade, por humanidade e cidadania de cada trabalhador”, observa.
Numa época de extremas ameaças a tudo o que o trabalhador conquistou, o sindicalista destacou a importância da entidade na representatividade do coletivo. “Quem faz um sindicato forte é o trabalhador e quando ele participa ativamente as forças se equilibram garantindo o sagrado direito a cidadania”, conclui.
As mais importantes conquistas do Sitracom BG somente foram alcançadas devido à união dos trabalhadores. O presidente da entidade, Itajiba Soares Lopes destaca que devido à atuação de diretorias atuantes e comprometidas, a categoria moveleira tem os melhores pisos salariais do país e têm benefícios que nem mesmo estão previstos em lei. “É por isso que temos que fazer desta celebração, mais um dia de intensa luta e levar esclarecimentos que possibilitem aos trabalhadores discutir os temas e avaliá-los”, comenta Itajiba.
Ele lembra que a palavra de ordem agora é resistência. “Não podemos aceitar que nos tirem as conquistas. Nenhum direito a menos pode ser tolerado. Não há um único item nesta reforma que beneficie o trabalhador vamos resistir, não vamos permitir a volta aos tempos da barbárie”, denuncia o presidente.
A relevância da trajetória de luta do Sitracom BG foi analisada pelo vice-presidente, Ivo Vailattti ao resgatar dados econômicos. “Em 1977 o piso da categoria moveleira era de U$ 82,00. Em 2017 chegou a U$ 465,00. Isso só aconteceu porque lutamos juntos porque nunca abrimos mão de nosso direito a cidadania e dignidade. E tem que continuar assim. Nenhum direito a menos”, protesta Vailatti.
O ato também foi marcado por uma exposição fotográfica mostrando a trajetória de luta do Sitracom BG e por homenagens aos membros mais antigos da entidade. O procurador do Ministério Público Federal do Trabalho, Ricardo Wagner Garcia destacou que não há direito conquistado em convenção coletiva que não tenha sido fruto da luta sindical. “Sindicato não é clube social ou associação civil comum. Ele é a categoria. Sindicato defende a categoria, se baseia na categoria, se volta para a categoria, vive a categoria e a categoria é que faz o sindicato viver. E é a categoria que sustenta o sindicato com total exclusividade. Não tem dinheiro do estado é só o trabalhador quem contribui. Então o sindicato é o trabalhador e ambos não se separam”, encerra o procurador.