Até o final de 2022, Brasil quer retirar dos alimentos o equivalente a 68 piscinas olímpicas cheias de açúcar

2015-04-10_190211

Foi anunciado nesta segunda-feira,26, pelo Ministério da Sáude, que o Brasil assinou um acordo para a redução de 144 mil toneladas de açúcar de alimentos industrializados no país até 2022.
O país será um dos primeiros países do mundo a fazer um acordo do tipo com a indústria de alimentos e bebidas. Segundo o ministério, o acordo segue o mesmo modelo do feito para redução do Sódio, que diminuiu mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos.
Segundo dados, a Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere um consumo de açúcar de até 50g por dia, ou seja, 10% das calorias consumidas diariamente seria o ideal. O brasileiro consome 50% a mais que a meta da OMS: 80 gramas por dia, sendo que 36% são os açúcares já presentes nos alimentos industrializados.
A indústria terá algumas metas de redução, especialmente as que adicionam açúcar mais que a média. São 48% acima da média preconizada pela OMS. Por exemplo, a meta é uma redução de 62% dos açúcares presentes nos biscoitos.
O Ministério da Saúde divulgará tabelas específicas de redução de açúcares para cada seguimento alimentício.

Redução sem substituição
O Ministério da Saúde e a Anvisa, durante os debates para a formulação do acordo, assinalaram a importância de que não haja uma substituição do açúcar por adoçantes ou gordura nos alimentos. O acordo brasileiro prevê que a indústria siga esta regra.
São 68 empresas envolvidas no acordo e 1147 produtos precisam reduzir açúcares até 2022.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será a responsável por monitorar a redução e fará a fiscalização a cada dois anos. A primeira análise será realizada no final de 2020.
Para estabelecer as metas previstas no acordo, o Ministério da Saúde analisou critérios que envolvem desde o consumo e distribuição dos teores de açúcar dos alimentos até a necessidade de redução dos níveis máximos do alimento.
O Ministério da Saúde também alerta que fora os açúcares do alimentos industrializados, a população também adiciona açúcar aos alimentos consumidos e que a redução ao consumo do açúcar também passa por uma mudança de hábitos.
A indústria não antecipa impactos negativos na arrecadação, já que o acordo prevê tempo para transição e, segundo os representantes da indústrias presentes, “atende também uma demanda da população”.
Fazem parte do acordo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), a Associação Brasileira das Indústrias d Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI) e a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).