94% dos prefeitos gaúchos não concordam com a retomada das aulas

2015-04-10_190211

Em uma pesquisa realizada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) com prefeitos gaúchos, grande parte manifestou ser contra a retomada do ensino presencial no dia 31 de agosto, como sugeriu o governo do estado

Em uma pesquisa realizada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) com prefeitos gaúchos, 94% deles manifestaram ser contra a retomada do ensino presencial no dia 31 de agosto, como sugeriu o governo do estado. Para eles, o maior problema é colocar alunos e professores em risco.
As respostas foram muito contundentes, sem vacilo. Portanto, acho é importante dialogar, estar atento a essas questões, mas o momento é de recuar, aguardar reduzir os números aqui no estado. Nós temos uma queda no número de casos graves, no número de internações. Depois a gente volta a debater sobre esse tema”, diz Maneco Hassen, presidente da Famurs.
As prefeituras, entretanto, divergem na data de retorno. Para quase 40% dos prefeitos, as aulas só devem voltar acontecer depois da vacina. Outros 35% acreditam que deve ser a partir da diminuição de casos. E, ainda, 56% dos prefeitos defendem a volta ao ensino presencial só em 2021.
Ensino superior
deve voltar antes
Além disso, eles acreditam que os estudantes do ensino superior devem ser os primeiros a voltar, e não os do ensino infantil, como sugere o estado.
O governador Eduardo Leite justificou, em transmissão ao vivo pelas redes sociais na tarde des segunda-feira (17), que o calendário para o retorno foi uma sugestão devido à retomada gradual das atividades econômicas.
Para ele, a proposta atende aos pais que retornaram ao trabalho e
precisam de um local
seguro para deixar as crianças.
“Parece que o governo estaria propondo que, no final do mês, 2 milhões de gaúchos voltassem para salas de aulas amontoados. Não é isso. Em primeiro lugar, é com protocolos, turmas reduzidas, intercaladas, com manutenção de ensino remoto e parte presencial. Além disso, as pessoas precisam se programar. planejamento precisa ser antecipado. Por isso, a primeira negociação com prefeitos”, diz Leite.

Apagão educacional

Enquanto o calendário é debatido, o desafio tanto das prefeituras quanto do estado é garantir o acesso ao ensino enquanto as escolas estão fechadas. Porém, outra pesquisa feita em Porto Alegre por especialistas que monitoram a educação na pandemia mostra que ele vem sendo desigual.
Ela revela o que tem sido chamado de “apagão educacional”: crianças e adolescentes que não estão acompanhando as aulas por não terem equipamento adequado ou pela falta de conexão à internet.
O doutor em Educação Daniel Momoli, um dos coordenadores do estudo com 2,2 mil famílias, concorda que ainda não chegou o momento de reabrir as escolas. Ele diz que a decisão não pode ser apenas das famílias ou dos prefeitos.
“Uma coisa é ter o equipamento e outra é o tipo de acesso de internet que eu tenho. Temos relatos de mães que estão deixando de comprar comida com aquela ajuda dos R$ 600 para colocar crédito no pacote de internet para o filho poder acessar as aulas e ter alguma atividades. Temos que pensar outras medidas, outras soluções. A utilização das rádios, da televisão, uma série de situações que poderiam estar sendo construídas coletivamente pra garantir esse acesso”, aponta.
Nas escolas municipais da Capital, segundo o estudo, só 14% dos alunos têm acesso à internet banda larga.
E 22% das famílias disseram ter algum filho sem aula neste momento. As versões apresentadas pelas empresas, até agora, não funcionaram adequadamente.
Mesmo assim, 46% dos alunos e responsáveis já se conectaram à plataforma, assegura a prefeitura.

O estudo também aponta que:

  • Mais da metade (54%) vê problemas para organizar o transporte público de forma segura;
  • 44% relatam dificuldade para contratação de servidores; 33% citam a falta de EPIs;
  • Quase 30% não concordam em voltar alegando que há um numero elevado de casos de Covid-19 em seu município.

SMED instala pórticos preventivos em escolas

Na terça-feira, 18, a Secretaria de Educação iniciou mais uma ação preventiva contra a propagação do novo coronavírus. Dez educandários receberam pórticos preventivos de desinfecção de vestimentas e paramentos que utiliza água ozonizada para a desinfecção de superfícies como roupas, paramentos, mochilas, entre outros, e é 100% seguro para saúde.
O equipamento foi desenvolvido pelo Halix Life Clean – Soluções em Biossegurança. A água ozonizada é um dos mais potentes oxidantes e germicidas, anti-inflamatório e regenerador, eliminador de parasitas, e não polui o meio ambiente, auxiliando a saúde pública no combate a diversos agentes patológicos.
O equipamento auxilia na prevenção, mas o aluno depois de passar pelo portal, precisa seguir com os protocolos sanitários como a utilização da máscara, álcool em gel e distanciamento social”.
Os pórticos foram instalados em 10 escolas, com número superior a 250 alunos.
O valor do investimento é de 120 mil reais, ou seja mil reais cada pórtico, pagos pela SMED