10 detentos são transferidos do presídio após revista da Susepe

2015-04-10_190211

A revista aconteceu após o vazamento de um vídeo que mostra presidiários usando drogas

Na manhã desta quinta-feira,09, agentes do Grupo de Ações Especiais da Susepe (Gaes) revistaram detentos do Presídio Estadual de Bento Gonçalves. A revista aconteceu após o vazamento de um vídeo que mostra presidiários usando drogas. A ação culminou na transferência de pelo menos 10 detentos. Na revista foi encontrado drogas, celulares e facas artesanais.
O tumulto não foi apenas na parte interna do presídio, mas também nos arredores. Por cerca de 3 horas a Rua Assis Brasil (que fica em frente da casa prisional) teve o trânsito interrompido. Familiares dos apenados, inconformados com a ação da polícia, discutiam com agentes do Pelotão de Operações Especiais (POE) da Brigada Militar. Sem se intimidar com a presença de câmeras e dos próprios policiais, os familiares tentaram, inclusive, romper a barreira de segurança.
A operação foi batizada de Pente Fino, e aconteceu depois de a Susepe ter recebido denúncias de uso de drogas dentro do presídio, que está interditado desde setembro por causa da superlotação. Os apenados transferidos foram para outros presídios da região.
Atualmente, a casa prisional, (que tem capacidade para receber pouco mais de 90 apenados) conta com cerca de 300 detentos.

A interdição do presídio
Em setembro deste ano a Justiça determinou a interdição do presídio. Com a decisão, a penitenciária que abrigava 317 detentos poderá acolher apenas 192, e os 125 restantes deverão ser transferidos.
A decisão prevê também que novos presos provisórios, autuados em flagrante ou com mandado de prisão temporária, não poderão ficar mais de cinco dias no presídio se a capacidade exceder o número imposto. A ação foi ajuizada pelo Ministério Público, que argumentou que o prédio é antigo e não há na penitenciária uma classificação dos detentos de acordo com a Lei de Execução Penal. Também foram citadas a falta de oferta de trabalho a apenados e a falta de uma separação por grupos criminosos.
O MP considera a situação do presídio preocupante desde 2007, quando, também a pedido do órgão, a Justiça proibiu a entrada de presos provisórios ou condenados de outras comarcas. Em 2012, foi determinado que a “cela do castigo” fosse ocupada por, no máximo, três pessoas.
Em maio de 2014, uma rebelião levou à remoção de todos os presos e a interdição total do presídio. No ano seguinte, a determinação foi atenuada, o que o levou o MP a ingressar na Justiça.