Falta de trabalhador qualificado atinge 85,5% das indústrias no Rio Grande do Sul

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Índice recorde foi apontado em pesquisa da FIERGS, que mostra empresas investindo em capacitação e retenção de talentos.

Levantamento

A falta de profissionais qualificados atinge 85,5% das indústrias gaúchas, conforme pesquisa divulgada nesta sexta-feira (19) pela FIERGS. O resultado é recorde e supera em 10,9 pontos percentuais o índice de 2013, que era de 74,6%. O levantamento, realizado em julho, foi apresentado durante o CongregarRH 2025, na PUCRS, pelo economista-chefe da entidade, Giovani Baggio.

Impacto

De acordo com o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, a dificuldade é generalizada e atinge todos os segmentos da indústria. Mesmo com capacitações oferecidas pelo Senai, pelo Sesi e pelas próprias empresas, a demanda segue maior do que a oferta. Por isso, segundo ele, a retenção de talentos se tornou prioridade para evitar a migração de trabalhadores qualificados para outros setores ou estados.

Ações

Para enfrentar esse desafio, a FIERGS aposta em novos programas. Entre as iniciativas está o portal Oportunidades na Indústria, que aproxima trabalhadores e empresas. Além disso, o projeto Mais Soldado Cidadão pretende qualificar 10 mil jovens do Exército até 2027. Já o programa Indústria Acolhedora promove a inserção de migrantes no mercado de trabalho em parceria com indústrias locais

Inovação


Ao mesmo tempo, investir em inovação é uma das estratégias centrais. O programa Indústria do Amanhã, em parceria com o Instituto Caldeira, insere empresas em um ambiente voltado à tecnologia. Outra frente é o Balcão de Inovação, que aproxima especialmente pequenas e médias indústrias de especialistas e soluções. Além disso, o Sistema FIERGS amplia investimentos na educação, com novas escolas do Sesi em Novo Hamburgo, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, bem como modernização nas unidades do Senai.

A escassez é ainda mais severa em médias e grandes empresas, onde os índices alcançam 87,1% e 88,5%, respectivamente. Já nas pequenas, o problema atinge 79,6%. Conforme a pesquisa, a maior dificuldade está na produção: 94% relatam falta de operadores e 89% de técnicos especializado


Na visão dos empresários, a escassez de trabalhadores qualificados se explica principalmente pelos benefícios sociais do governo, apontados por 61,1% dos entrevistados. Em seguida, aparecem o baixo nível educacional da população, citado por 51,9%, e o desinteresse dos trabalhadores pelo setor industrial, indicado por 48,1%.

Além disso, 44,4% atribuíram o problema ao crescimento do trabalho informal e autônomo, enquanto 29,6% mencionaram a concorrência salarial de outros setores.

Consequências
Segundo o estudo, a falta de mão de obra compromete diretamente a eficiência e a produtividade em 67,6% das indústrias. Como resultado, 61,4% delas registram prejuízos na qualidade dos produtos. Já 51% relatam dificuldades para ampliar a produção diante da escassez de profissionais.

Medidas
Diante desse cenário, 94,5% das empresas afirmaram adotar estratégias para lidar com a carência. O principal mecanismo, utilizado por 81%, é a capacitação interna. Além disso, 53,3% investem em políticas de retenção de talentos por meio de salários e benefícios. Já 37,2% apostam na capacitação externa com cursos. A pesquisa ouviu 176 indústrias entre os dias 1º e 10 de julho.

Acompanhe o resultado completo no Observatório da Indústria: https://observatoriodaindustriars.org.br/inteligencia-estrategica/falta-de-trabalhador-qualificado-afeta-855-das-industrias-gauchas/.

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