RS confirma surtos de meningite e reforça vacinação infantil

Profissional de saúde aplica vacina meningocócica ACWY em criança em posto do SUS no Rio Grande do Sul.

Depois que Pelotas confirmou um novo surto de doença meningocócica, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu, nesta quinta-feira (23), uma atualização do alerta epidemiológico. A classificação foi feita após dois novos casos do tipo C se somarem a outro registrado em agosto, totalizando três ocorrências em menos de três meses. Embora os casos não tenham vínculo entre si, a situação reforçou a necessidade de atenção.

Além disso, a cidade já havia identificado outro surto em setembro, provocado pelo tipo Y, também com três registros. Com isso, o Estado monitora com rigor os dados e busca conter o avanço da doença.


Vacinação de reforço contra meningite é recomendada

Diante do cenário, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) passou a recomendar uma dose extra da vacina meningocócica ACWY para crianças entre 12 meses e menores de 5 anos que já receberam a meningo C. A medida, segundo o órgão, é temporária e visa ampliar a proteção contra os principais tipos da bactéria.

Além disso, a SES orienta pais e responsáveis a procurarem as unidades do SUS para verificar a situação vacinal e garantir a atualização da caderneta. Ao mesmo tempo, adolescentes de 11 a 14 anos devem ser vacinados com a ACWY, disponível gratuitamente. A imunização dessa faixa etária é estratégica, pois interrompe a transmissão e previne novos surtos.


Região Sul mantém atenção sobre casos suspeitos

Na mesma regional de saúde de Pelotas, Canguçu registrou dois casos, o que não configura surto por não atingir o número mínimo exigido de três ocorrências. Em contrapartida, Pelotas teve outro caso do tipo C em maio, fora do período considerado para o surto atual.

Os casos pelo tipo Y afetaram pessoas de 5 meses a 72 anos, enquanto os do tipo C envolveram pacientes de 24 a 59 anos. Assim, a SES reforça que a doença pode atingir todas as faixas etárias, especialmente quando há baixa cobertura vacinal.


O que é a doença meningocócica

A doença meningocócica é provocada pela bactéria Neisseria meningitidis, conhecida como meningococo, que pode causar meningite ou meningococcemia, uma infecção grave disseminada pelo sangue. Os principais tipos da bactéria são os sorogrupos A, B, C, W e Y.

A transmissão ocorre por vias respiratórias, através de tosse, espirro ou beijo. Portanto, ambientes fechados e aglomerações facilitam o contágio. Por isso, a vacinação e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar complicações.


Calendário de vacinação e doses disponíveis

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as vacinas meningocócica C e ACWY estão disponíveis gratuitamente. O esquema recomendado é o seguinte:

  • 3 e 5 meses: meningo C (1ª e 2ª doses);

  • 12 meses: ACWY (reforço);

  • 11 a 14 anos: ACWY (dose única).

Desde julho de 2025, o reforço aos 12 meses passou a ser feito com a ACWY, substituindo a meningo C. A vacina meningocócica C foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2010, e a ACWY passou a integrar o calendário de adolescentes em 2020.


Profissionais de saúde recebem novas orientações

O Cevs orientou as equipes de saúde a manter vigilância constante sobre casos suspeitos. As ações prioritárias incluem detecção precoce, manejo clínico rápido e quimioprofilaxia para contatos próximos — preferencialmente nas primeiras 24 horas.

Mesmo pessoas vacinadas, como familiares ou colegas de creche, devem receber medicação preventiva. Dessa forma, o controle da doença torna-se mais efetivo e reduz a probabilidade de novas infecções.


Sintomas e sinais que exigem atenção

A população deve procurar atendimento médico imediato caso surjam sintomas súbitos. Entre os principais sinais estão febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, náuseas, vômitos, confusão mental e manchas vermelhas na pele.

Em crianças pequenas, a meningite pode causar choro persistente, irritabilidade e abaulamento da moleira. Além disso, levar a caderneta de vacinação ao posto de saúde ajuda no diagnóstico e na conduta médica.


Casos aumentam no RS em 2025

Neste ano, o Rio Grande do Sul já registrou 62 casos e oito mortes, superando os números de 2024, que teve 53 casos e sete óbitos. As ocorrências estão distribuídas em 14 das 18 coordenadorias regionais, com predominância do sorogrupo B (41,9%), seguido pelos tipos C (22,6%) e Y (20,9%).

Além de Pelotas, Bento Gonçalves também registrou três casos confirmados entre julho e agosto, todos do tipo B. Em 2024, o tipo C havia sido o mais frequente, com 39,6% dos casos. Dessa forma, o Estado reforça que a vacinação continua sendo a principal forma de prevenção.

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