Análise local, comparada a dados do Brasil e do Rio Grande do Sul, indica que município está dentro da média, mas em patamar elevado
O número de mortes súbitas por infarto registradas em Farroupilha ao longo de 2025 chama atenção, mas, quando analisado em conjunto com dados do Brasil e do Rio Grande do Sul, o cenário local se mostra alinhado à média observada em outras regiões. Ainda assim, os números reforçam o peso das doenças cardiovasculares como principal causa de óbito no país.
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Em Farroupilha, foram contabilizados 260 sepultamentos em 2025, sendo 142 de homens e 118 de mulheres. A predominância masculina e a ocorrência de mortes súbitas por infarto seguem um padrão semelhante ao observado em escala estadual e nacional. A concentração maior de sepultamentos em determinados meses, como agosto, indica períodos de maior incidência, mas sem destoar de variações já observadas em outros anos.
Infartos no Brasil
No Brasil, o impacto do infarto agudo do miocárdio (IAM) é expressivo. Entre 2015 e junho de 2024, foram registradas cerca de 1,25 milhão de internações por IAM. No mesmo intervalo, o país contabilizou 122.104 óbitos, número que sobe para 473.861 mortes considerando apenas o período de 2019 a 2023. Os dados mostram maior incidência entre homens, pessoas acima dos 60 anos e moradores da região Sudeste.
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As estatísticas nacionais também revelam um crescimento significativo das internações por doenças cardiovasculares desde 2008, com aumento estimado entre 150% e 160%, consolidando essas enfermidades como a principal causa de morte no Brasil. Embora a taxa de mortalidade hospitalar por IAM tenha sido mais alta em 2015, o volume absoluto de casos segue elevado.
No Rio Grande do Sul, os dados disponíveis indicam relativa estabilidade nas taxas de mortalidade por infarto ao longo dos últimos anos. Na região Sul como um todo, foram registradas 13.011 mortes por IAM no período analisado. Entre 2020 e 2021, houve aumento de 6,70% nos óbitos por infarto no estado, movimento semelhante ao observado no Paraná e em Santa Catarina, possivelmente influenciado pelo contexto da pandemia.
Apesar de indicadores gerais apontarem queda na mortalidade por doenças circulatórias no Rio Grande do Sul — de 214,3 para 184,4 óbitos por 100 mil habitantes —, não há séries anuais detalhadas exclusivas para IAM que permitam comparação mais precisa ano a ano.
Diante desse cenário, a análise indica que Farroupilha não apresenta um índice fora da curva quando comparada ao contexto estadual e nacional. O município reflete uma realidade mais ampla, marcada por alta incidência de infartos, especialmente entre homens, e por mortes que muitas vezes ocorrem de forma súbita.
Mesmo dentro da média, o volume absoluto de óbitos reforça a necessidade de atenção contínua à prevenção, ao diagnóstico precoce e ao acompanhamento de fatores de risco cardiovasculares, tanto em nível local quanto em políticas públicas de alcance estadual e nacional.





