Conta de luz sobe mais de 20% e pressiona consumidores
A conta de luz registrou aumentos acima de 20% em novembro de 2025 para milhares de consumidores, especialmente no Rio Grande do Sul. O cenário combina fatores estruturais: elevação das tarifas sociais, baixa incidência de chuvas, dificuldades para armazenar energia renovável e maior pressão sobre a rede elétrica nacional. O impacto é percebido diretamente no orçamento doméstico, já que os reajustes afetam tanto consumidores residenciais quanto comerciais.
Reajuste da Aneel
A Aneel autorizou um reajuste de 21,76% para consumidores residenciais atendidos pela CEEE Equatorial, com vigência desde 22 de novembro. Para clientes de alta tensão, o aumento chega a 12,36%, enquanto o efeito médio para todas as categorias é de 19,53%. A agência atribui o movimento ao avanço dos custos de distribuição, transporte de energia e encargos setoriais, que continuam pressionando a estrutura tarifária do país.
Bandeira vermelha
O Brasil permanece sob bandeira vermelha patamar 1, o que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. A medida reflete o baixo volume de chuvas e os reservatórios das hidrelétricas abaixo do ideal, fatores que obrigam o sistema a recorrer a fontes mais caras. Esse efeito se soma aos reajustes tarifários e aumenta ainda mais o custo final da energia.
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Tarifa social em expansão
Outro ponto relevante é a ampliação das tarifas sociais, impulsionada por mutirões de cadastramento e maior demanda de famílias de baixa renda. Embora o benefício seja essencial para quem enfrenta vulnerabilidade econômica, ele eleva custos para os demais consumidores, uma vez que a compensação é redistribuída na estrutura tarifária.
Custos adicionais do setor
A CCEE também reajustou em 5,17% os emolumentos cobrados em novembro, seguindo a variação anual do IPCA. Esse custo se soma à lista de encargos que pressionam as distribuidoras e afetam o valor final da conta de luz. Especialistas apontam ainda que o país enfrenta limitações tecnológicas para armazenar energia renovável, como solar e eólica, o que dificulta a compensação em períodos de pouca chuva.
Desafio persistente
Com a combinação de estiagem, crescimento da demanda e estrutura tarifária complexa, a perspectiva é de que a conta de luz siga em alta. O cenário exige investimentos em armazenamento, ampliação de linhas de transmissão e políticas de incentivo à eficiência energética para reduzir a pressão sobre consumidores e distribuidoras.
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