O índice de câncer é mais acentuado em tumores digestivos e ginecológicos, que estão aparecendo cada vez mais
Os casos de câncer entre jovens aumentam de forma preocupante no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que os diagnósticos globais subam de 20 milhões, em 2022, para cerca de 35 milhões até 2050. O crescimento é mais acentuado nos tumores digestivos e ginecológicos, que estão aparecendo cada vez mais cedo.
Millennials – nascidos entre 1981 e 1996 -sob risco
Entre 1990 e 2019, os casos de câncer precoce em pessoas com menos de 50 anos cresceram 79%, e a mortalidade aumentou 28%. Cerca de 80% desses tumores são esporádicos, ou seja, não vêm da herança genética, mas de fatores ambientais e de estilo de vida — como dieta, sono, estresse e exposição a substâncias nocivas.
Dieta e obesidade infantil
A obesidade infantil disparou desde os anos 1980 e hoje afeta mais de 390 milhões de crianças e adolescentes. Esse quadro está ligado à inflamação crônica e à resistência à insulina, aumentando o risco de câncer colorretal, de mama e endometrial.
Segundo a Colon Cancer Foundation, jovens com alto índice de massa corporal (IMC) na infância têm até 39% mais risco de câncer colorretal na vida adulta.
Álcool e substâncias nocivas
O consumo de álcool também é um fator importante. A IARC classifica o álcool como carcinógeno do grupo 1, o mesmo do tabaco. O padrão de “beber para ficar bêbado” é comum entre millennials e aumenta os riscos.
Um estudo da Environmental Science & Technology ainda revelou que muitas cervejas contêm PFAS, substâncias químicas associadas ao câncer de rim e de testículo.
Privação de sono e luz artificial
As gerações Y e Z dormem até 45 minutos a menos que os baby boomers. O sono insuficiente reduz a produção de melatonina, hormônio que ajuda a reparar o DNA e protege contra o câncer. A exposição noturna às telas agrava o problema, desregulando o ritmo circadiano e acumulando mutações celulares.
Estresse e imunidade enfraquecida
O estresse crônico eleva os níveis de cortisol, favorece inflamações e enfraquece o sistema imunológico. Estudos mostram que pessoas sob alta carga de estresse têm o dobro de risco de morrer de câncer em relação àquelas com melhor controle emocional.
Automedicação e riscos ocultos
O uso indiscriminado de medicamentos — como analgésicos, contraceptivos e antibióticos — também pode elevar o risco de câncer hepático, de mama ou digestivo. A automedicação, comum entre os mais jovens, contribui para desequilíbrios hormonais e microbiota intestinal alterada.
O futuro dos millennials
Se nada mudar, os casos de câncer entre jovens podem crescer 77% até 2050. Mas há espaço para reversão: alimentação equilibrada, sono adequado, manejo do estresse e menor exposição a álcool e ultraprocessados reduzem significativamente os riscos.
💡 O estudo completo pode ser consultado na revista científica Molecular Metabolism.
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