Caxias do Sul é destaque negativo em violência contra LGBTQIAPN+ no RS, somente ficando atrás de Porto Alegre. Bento Gonçalves, Gramado e Passo Fundo estão nesta lista vergonhosa.Confira nacional e do estado lendo a notícia
Caxias do Sul ocupa o segundo lugar entre as cidades com mais casos de violência contra a população LGBTQIAPN+ no Rio Grande do Sul em 2025, segundo dados da Ouvidoria Nacional do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. O município registrou 124 ocorrências neste ano, ficando atrás apenas de Porto Alegre, que lidera com 395 casos. Bento Gonçalves está no 12º lugar com 36 casos
Serra gaúcha em alerta
Além de Caxias do Sul, outras cidades da Serra Gaúcha aparecem no ranking das 20 mais violentas contra pessoas LGBTQIAPN+ no Estado. Bento Gonçalves soma 36 registros, Gramado tem 21 e Passo Fundo contabiliza 30. Assim, a região consolida-se como uma das áreas mais preocupantes no interior gaúcho, reforçando a necessidade de políticas públicas regionais de prevenção e acolhimento.
De acordo com os dados estaduais, o Rio Grande do Sul totaliza mais de 1,4 mil casos de violência contra pessoas LGBTQIAPN+ em 2025. As denúncias abrangem situações de maus-tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas e outras violações de direitos humanos.
Contexto nacional
No Brasil, até 29 de setembro de 2025, foram contabilizados 36.443 registros de violência contra pessoas LGBTQIAPN+. O país segue liderando o ranking mundial de assassinatos dessa população há 17 anos consecutivos. Desde 2008, o número de homicídios de pessoas trans e travestis aumentou 110%.
Somente em 2024, ocorreram 122 mortes — uma a cada três dias —, segundo o Dossiê Antra 2025. A expectativa de vida média de pessoas trans e travestis é de 32 anos, menos da metade da média brasileira de 77 anos para pessoas cisgênero.
Falta de delegacias especializadas
O relatório aponta a ausência de delegacias especializadas no atendimento à população LGBTQIAPN+ no Rio Grande do Sul. Embora já existam unidades voltadas a mulheres e idosos, não há um canal de acolhimento estruturado para vítimas de crimes motivados por preconceito de gênero ou orientação sexual. Portanto, especialistas defendem a criação urgente de espaços de atendimento humanizado e capacitado.
Vulnerabilidade e exclusão
Grande parte das vítimas enfrenta vulnerabilidade social extrema. Muitos são expulsos de casa, acabam em situação de rua ou recorrem à prostituição como forma de sobrevivência. Assim, o enfrentamento à violência deve começar com educação inclusiva nas escolas e campanhas de conscientização em família, além de políticas públicas efetivas de combate à violência de gênero e discriminação.
Ranking da violência no RS
Segundo os dados da Ouvidoria Nacional, as 20 cidades com maior número de registros de violência contra LGBTQIAPN+ até setembro de 2025 são:
- Porto Alegre – 395 casos
- Caxias do Sul – 124 casos
- Sapiranga – 48 casos
- Santa Maria – 45 casos
- São Leopoldo – 41 casos
- Pelotas – 41 casos
- Cachoeirinha – 41 casos
- Bento Gonçalves – 36 casos
- Passo Fundo – 30 casos
- Canoas – 24 casos
- Gramado – 21 casos
- Arroio Grande – 19 casos
São Paulo lidera o ranking nacional de mortes violentas com 53 casos em 2024. Bahia apresenta o maior risco proporcional, com 31 mortes, representando mais de 10% das ocorrências no país. Outros estados com índices altos são Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Amazonas e Mato Grosso.





