Sensor de cortiça detecta conservante proibido em água, suco e vinho

Tecnologia inovadora da UFSCar identifica nitrito de sódio em bebidas, garantindo segurança alimentar e sustentabilidade.

Pesquisadores da UFSCar desenvolveram uma nova tecnologia brasileira que identifica nitrito de sódio, substância proibida em bebidas e relacionada ao câncer.

Descrição do sensor inovador

O sensor, criado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), detecta nitrito de sódio (NaNO₂) em água mineral, suco de laranja e vinho. Embora o nitrito seja utilizado para conservar e colorir alimentos como presunto e salsichas, ele pode gerar nitrosaminas, compostos cancerígenos. Seu uso em bebidas, portanto, é proibido em vários países, incluindo o Brasil.

Funcionamento e sustentabilidade

Para criar esse dispositivo de baixo custo e sustentável, os pesquisadores utilizaram cortiça – material comum nas rolhas de vinho – e aplicaram tecnologia a laser para gerar grafeno, uma forma de carbono condutiva.

“Buscamos desenvolver uma forma simples, rápida e acessível de detectar o composto e garantir a qualidade e a segurança do consumo de líquidos.” – Bruno Campos Janegitz, líder do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar.

Processo de produção

  1. Utilização da cortiça, que é leve, barata e sustentável.
  2. Aplicação do laser na cortiça para formar caminhos condutores de eletricidade.
  3. Aplicação de spray à prova d’água e esmalte de unhas para delimitar a área sensível.
  4. Diluição em solução eletrolítica dos líquidos (água, suco e vinho) para aplicação no sensor.
  5. Testes confirmaram sensibilidade, estabilidade e eficiência para detectar nitrito em níveis de segurança.

Resultados e perspectivas

O sensor demonstrou excelente desempenho na detecção de nitrito em níveis críticos para segurança alimentar. Embora esteja em fase de validação laboratorial, a expectativa é aprimorar o design para aplicação prática.

Além disso, a tecnologia combina sustentabilidade e eficiência, pois dispensa reagentes tóxicos, valendo-se de material natural e de baixo custo.

O projeto recebeu apoio da FAPESP e contou com participação da mestranda Beatriz Germinare, primeira autora do estudo, financiada por bolsa de iniciação científica.

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