Pesquisa acompanhou mais de três mil famílias e identificou impacto maior da saúde emocional materna sobre as crianças do que a dos pais
Um estudo da Universidade de Manchester revela que a saúde mental das mães interfere diretamente nos sentimentos de nervosismo, preocupação e infelicidade dos filhos. A pesquisa acompanhou mais de três mil famílias no Reino Unido entre 2009 e 2022 e concluiu que o impacto da saúde dos pais nos filhos é menor.
Desenvolvimento
A equipe utilizou mapas para mostrar como sintomas de ansiedade e depressão nas mães influenciam crianças até os 16 anos. Os resultados indicam que mães sobrecarregadas aumentam a preocupação dos filhos. Por sua vez, essa preocupação pode agravar o estado emocional das crianças e criar um ciclo negativo.
Além disso, os pesquisadores observaram que a influência materna diminui com a idade das crianças. A razão é o deslocamento do apego parental para outras figuras na adolescência.
Embora o estado emocional dos pais esteja ligado ao das mães, não foi identificado vínculo direto entre a saúde emocional paterna e a dos filhos. Essa dinâmica acompanha a divisão tradicional das responsabilidades familiares, em que as mães atuam como cuidadoras principais.
Segundo Yushi Bai, autor principal do estudo, as mães passam mais tempo com os filhos e participam ativamente da criação, o que amplia sua influência no desenvolvimento emocional infantil.
Todavia, sintomas emocionais dos pais ainda podem prejudicar indiretamente os filhos, afetando a saúde mental das mães, o que demonstra a complexidade das relações familiares.
Para Matthias Pierce, coautor da pesquisa, reforçar o apoio às mães e combater a ansiedade materna são estratégias que podem melhorar consideravelmente a dinâmica familiar. Consequentemente, essas intervenções ajudam a prevenir dificuldades psicológicas nas crianças.
Dessa forma, o estudo destaca a importância de políticas públicas que priorizem a saúde mental feminina como forma de garantir a formação emocional saudável das futuras gerações.




