MP que isenta medicamentos importados perde a validade nesta sexta; impostos devem aumentar

2015-04-10_190211

A medida provisória (MP) que isentava de impostos os medicamentos importados para uso próprio perderá a validade nesta sexta-feira (25). A mudança afeta remédios que não são produzidos no Brasil, incluindo os usados ​​para doenças raras, que agora passarão a ter uma taxa de 60% sob

A MP foi publicada em junho após apelo de associações de pacientes, mas, sem a aprovação do Congresso, perderá efeito. Com isso, os custos de medicamentos essenciais para muitos pacientes devem aumentar. O governo tenta uma nova proposta para manter a isenção, mas ainda não há previsão para votar.

O que previa a MP?
Publicada em 28 de junho, a medida teria validade de 60 dias, sendo prorrogada por mais 60 dias.

O texto precisava passar por análise em uma comissão mista antes da votação nos plenários da Câmara e do Senado, que não chegou a ser instalada.
Portanto, com o fim do prazo, perdeu os efeitos automaticamente.
Como destaca a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, a medida “garante a isenção fiscal para medicamentos que não são produzidos no Brasil, mas, com sua expiração, esses produtos serão taxados com uma alíquota de 60% sobre o imposto de importação”.

Para a deputada Rosângela Moro (União-SP), integrante da Frente, o maior impacto será o repasse do aumento dos preços para aqueles que dependem de medicamentos importados.

“Esses medicamentos, que antes eram isentos de tributação, passarão a ser taxados. Isso significa que famílias já fragilizadas por condições de saúde difíceis serão obrigadas a arcar com custos ainda mais elevados para conseguir remédios essenciais. A saúde de muitas pessoas está sendo colocada em risco”, destacou.
Em uma tentativa de manter a isenção da tributação, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), apresentou um projeto que mantém as isenções fiscais previstas na medida provisória.

A matéria aguarda despacho do Despacho do Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e não há previsão de quando entrará na pauta.

“Essas operações são historicamente sujeitas a alíquotas zero e majoritariamente envolvem valores acima do limite de aplicação do Regime e frequentemente se destinam a cidadãos desprovidos de recursos, em que a aplicação da alíquota de 60% (sessenta por cento) poderia impedir a aquisição de medicamento fundamental à sua sobrevivência”, justificou Guimarães.