Queimadas: A inflação dos alimentos deve subir em setembro; café já acumula alta de 16 %

2015-04-10_190211

O avanço de queimadas e seca recorde pressionará o IPCA ao encarecer a carne bovina, o café, laranja e o açúcar, entre outros itens

O avanço das queimadas e a seca registrada em diversas regiões do país estão enviando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para encarecer itens essenciais como carne bovina, café, laranja e açúcar. O clima seco, que já afeta a produção, deve impactar a inflação dos alimentos consumidos em casa, que havia registrado deflação em agosto, mas tende a subir em setembro.

Nos últimos dois anos, setembro fechou com deflação nos preços dos alimentos, mas o cenário atual difere devido à falta de chuvas, que prejudica a oferta de produtos como frutas, derivados do leite, café e feijão. A produção de cana-de-açúcar também deve ser afetada, especialmente no estado de São Paulo, com efeitos mais visíveis no início de 202

A mudança na bandeira tarifária da energia elétrica também contribui para a revisão das expectativas de inflação. A alta nos preços da carne bovina é um dos principais fatores de pressão, já que a seca afeta as pastagens, trazendo a oferta de animais para diminuir

A produção de cana-de-açúcar está sendo redirecionada para o etanol em vez do açúcar, o que também pode impactar os preços desses produtos. Embora haja uma expectativa de aumento no açúcar, o etanol pode ter um leve retorno no curto prazo, o que poderia ajudar a conter o impacto geral no IP

Além disso, os preços das commodities como o boi gordo já refletem essa situação, com os aumentos observados desde agosto. Para 2024, a previsão de inflação dos alimentos consumidos em casa gira em torno de 5%, com impactos mais fortes sobre produtos básicos como carne, café e açúcar.