Atividades físicas podem “apagar” memórias negativas, diz estudo

2015-04-10_190211

Uma pesquisa realizada em conjunto por cientistas canadenses e japoneses apontou que atividades físicas têm potencial para ajudar a ‘apagar’ memórias negativas, possivelmente abrindo caminho para aplicação em seres humanos no futuro. Essa descoberta pode revolucionar o tratamento de pacientes com traumas psicológicos.

O estudo, liderado por profissionais da Universidade de Toronto e da Universidade de Kyushu, investiga os mecanismos cerebrais por trás da memória e seu esquecimento. Os resultados iniciais foram publicados na conceituada revista Molecular Psychiatry, indicando um avanço notável na neurociência.

Pesquisa Relaciona Atividades Físicas ao Esquecimento de Memórias Negativas

A pesquisa começou com a aplicação de choques leves em ratos, a fim de criar uma memória de medo. Posteriormente, foram criados dois grupos: um continuou com suas atividades normais e o outro teve acesso a exercícios em uma rodinha. Após algumas semanas, os cientistas observaram uma diferença significativa na capacidade dos ratos de ‘esquecer’ a memória traumática induzida anteriormente.

A inovação desse estudo reside na descoberta de que a atividade física estimula a produção de novos neurônios no hipocampo, parte do cérebro associada com a criação e armazenamento de memórias. Isto sugere que o exercício físico pode ser um meio eficaz para mitigar traumas, pelo menos em animais, por enquanto.

Implicações Futuras para o Tratamento Humano

Além de trazer insights valiosos sobre como nossas atividades cotidianas podem influenciar nosso bem-estar mental, os cientistas agora buscam maneiras de replicar esses efeitos em seres humanos. O objetivo é desenvolver novas estratégias para tratar condições como o estresse pós-traumático e dependências químicas, por meio de métodos que promovam a saúde cerebral e física.

Os pesquisadores também estão investigando medicamentos que possam promover efeitos similares aos dos exercícios sobre os neurônios. Com a continuidade das pesquisas, a comunidade científica está mais perto do que nunca de compreender completamente os impactos dos exercícios no cérebro humano – não só como uma ferramenta de saúde física, mas como um potencial tratamento para condições mentais sérias.

Próximos Passos para a Pesquisa

O estudo ainda está em fase inicial quando se trata de aplicações humanas, mas os resultados são promissores. Os cientistas envolvidos no projeto continuam a estudar os mecanismos exatos pelos quais a atividade física pode afetar a neurogênese e a saúde mental. Com mais pesquisa, espera-se que o exercício possa se tornar parte de protocolos de tratamento padrão para diversas condições relacionadas a traumas.