A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (17/3), a Operação Descaro, de combate ao trabalho escravo na região da Serra Gaúcha. Foram feitas buscas e apreensões na residência e empresa do maior envolvido no crime, o empresário Pedro Oliveira Santana e na residência do policial Militar acusado de maus tratos aos safristas na pousada.
Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelos agentes, sendo seis deles em Bento Gonçalves e um em Garibaldi.
Foram encontradas na casa do empresário várias armas e munições registradas, mas municiadas, o que é proibido por lei, além de documentos, celulares e mídias de armazenamento.
Segundo o Delegado, a polícia Federal está apurando junto ao Ministério do Trabalho “ se a jornada ( nas vinícolas e nas casas dos agricultores) eram mesmo estendidas e exaustivas”.
Quanto à participação das vinícolas, o delegado foi categórico: “até o presente momento – e nós pesquisamos bastante nas provas que tínhamos aqui – não foi encontrado nenhum indício da participação das vinícolas no crime de condição análoga ao escravo”.
“A gente fez todo um levantamento do material já recolhido. O que a gente viu foi um contrato de fornecimento de mão de obra por uma empresa terceirizada”
Quanto à suspeita de envolvimento de policiais militares noticiada por maus tratos acontecidos na pousada “ estamos apurando se elas tinham relação com o trabalho desempenhado pelos safristas”
Segundo o Capitão Rodrigo Mendes, “ foi instaurado um inquérito militar para apurar os fatos. Desde então uma equipe está na região para investigar detalhadamente o caso, e foi identificada a participação de um policial militar, fora de seu horário de expediente”.
“Ficou constatado que não houve a participação de outros policiais militares, até o presente momento da investigação”.
“Estamos em apoio à polícia Federal, no cumprimento de mandado na casa deste policial, no colhimento de provas técnicas( celular e dispositivos de mídias) e verificamos então houve somente a participação deste policial, em horário de folga, e não como policial militar,”.