Remédio na gravidez pode aumentar o risco de TDAH

2015-04-10_190211

O paracetamol, também chamado de acetaminofeno, deve ser administrado somente quando houver indicação médica. O uso deve ser feito, durante a gestação, em doses pequenas pelo menor tempo possível, segundo um estudo publicado na última semana pela revista científica Nature Reviews Endocrinology.

A pesquisa foi apoiada por um grupo de 91 especialistas internacionais e contou com a revisão de dados de trabalhos publicados entre 1995 e 2020. Seus resultados, porém, ainda são controversos para alguns pesquisadores, que acreditam que a coleção de artigos revisados “não é robusta o suficiente para tirar quaisquer conclusões”.

O paracetamol é um analgésico e antitérmico indicado para o alívio de dores leves a moderadas, muito utilizado durante a gravidez, com estimativas de que seja usado por mais de 50% de gestantes em todo o mundo. Em função da diminuição dos níveis de estrogênio, é comum que grávidas sofram com dores de cabeça, especialmente no primeiro trimestre da gestação, quando o medicamento costuma ser indicado.

Os especialistas acreditam que a exposição ao medicamento no pré-natal pode prejudicar o desenvolvimento fetal, apontando que inúmeras pesquisas associaram o paracetamol a maiores riscos de certos distúrbios neuro desenvolvimentais, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), autismo, atraso de linguagem em meninas e diminuição do QI. Em meninos, o estudo também sugere que o medicamento pode estar relacionado a distúrbios reprodutivos e urogenitais, além de câncer testicular.

Entretanto, segundo Sarah Stock, especialista em medicina fetal da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, o paracetamol é eficaz na redução da dor e da febre e, portanto, continua a ser um medicamento importante que as gestantes podem usar se necessário. “Claro, grávida ou não, ninguém deve tomar um medicamento desnecessariamente, por mais tempo do que o recomendado ou em uma dose maior do que a necessária”, reforça Sarah.