Rio Grande do Sul registra aumento de 66% nas mortes por problemas respiratórios graves em 2025

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Rio Grande do Sul registra aumento de 66% nas mortes por SRAG em 2025

Estado contabiliza 258 óbitos desde o início do ano, com 14 mortes em apenas uma semana; mais de 1.034 pessoas estão internadas em UTIs

O Rio Grande do Sul enfrenta um cenário preocupante com o aumento expressivo de mortes causadas pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Somente entre domingo (4) e quinta-feira (8) de maio, foram registradas 14 mortes pela síndrome, elevando o total de óbitos no estado para 258 pessoas desde o início de 2025.

Os dados, extraídos do Painel de Hospitalizações de SRAGs do governo estadual, mostram que o número de internações em UTI também cresceu de forma alarmante, saltando de cerca de 900 para 1.034 pessoas no mesmo período. As informações têm como base o Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

Aumento drástico em relação a 2024

A situação atual representa um aumento de 66% nas mortes por SRAG em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, até a semana epidemiológica correspondente, o RS havia registrado 155 óbitos, enquanto em 2025 esse número já ultrapassou 258 mortes.

O vírus Influenza A tem sido um dos principais responsáveis pelo agravamento do quadro. Dados estaduais apontam aumento de 246% nas hospitalizações por influenza e 130% nos óbitos causados pelo vírus em relação ao mesmo período de 2024.

Perfil das vítimas e fatores de risco

A análise epidemiológica revela que as mortes por SRAG têm afetado principalmente dois grupos: crianças menores de 1 ano e idosos acima de 60 anos. Entre os óbitos, 88% das vítimas apresentavam alguma comorbidade, como doenças crônicas respiratórias, cardíacas e imunológicas.

O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) tem causado particular preocupação na população infantil, sendo responsável por 92% dos casos em crianças abaixo dos cinco anos. Entre março e abril deste ano, houve um aumento de 343% nas internações por VSR em crianças.

Impacto das enchentes

A situação se agravou após as enchentes que atingiram o estado em abril e maio. Com muitas pessoas abrigadas em locais com concentração populacional elevada, as condições favoreceram a transmissão de vírus respiratórios, contribuindo para o aumento dos casos.

Estado de emergência e medidas adotadas

O governo gaúcho decretou estado de emergência em saúde pública em maio, com validade de 120 dias, podendo ser prorrogado conforme a evolução epidemiológica. As redes hospitalares que atendem pelo SUS foram orientadas a priorizar a disponibilização de leitos clínicos e de UTI para casos de SRAG.

O que é a SRAG

A Síndrome Respiratória Aguda Grave compreende casos de hospitalização por quadros respiratórios graves que exigem internação. A síndrome pode ser causada por diversos microrganismos, sendo os principais:

  • Vírus Influenza (gripe)
  • SARS-CoV-2 (COVID-19)
  • Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
  • Bactérias como Streptococcus pneumoniae
  • Fungos, especialmente em pacientes imunossuprimidos

Prevenção e vacinação

As autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação contra gripe e COVID-19, além de medidas preventivas como lavagem das mãos, uso de álcool gel, ventilação adequada de ambientes e cuidados com pessoas sintomáticas.

A campanha de vacinação contra influenza está disponível para toda a população acima de 6 meses de idade em todas as Unidades Básicas de Saúde do estado. A meta é atingir 90% de cobertura vacinal para conter o avanço da doença.

Sintomas de alerta que exigem atendimento médico:

  • Febre súbita
  • Dificuldade para respirar
  • Saturação de oxigênio baixa
  • Pressão no peito
  • Lábios ou rosto azulados

O monitoramento da situação continua sendo feito através do painel online da Secretaria Estadual de Saúde, atualizado duas vezes por semana, permitindo acompanhar a evolução dos casos em tempo real.