Medicamento se une a células específicas, que ajudam a inibir moléculas que propiciam o câncer
O ácido acetilsalicílico é um medicamento comum e de uso variado e, agora, os cientistas podem ter descoberto mais uma utilização para tal: a prevenção do câncer colorretal.
Em um estudo, pesquisadores da LMU (Ludwig Maximilian University), de Munique, na Alemanha, descobriram que o medicamento induz a produção duas moléculas de microRNA supressoras de tumor, chamadas de miR-34a e miR-34b/c.
Eles descobriram, também, que, quando pacientes com doenças cardiovasculares tomavam baixas doses do ácido acetilsalicílico durante vários anos, o risco de câncer colorretal era reduzido.
Para tal produção, o ácido acetilsalicílico se liga e ativa a enzima AMPK, alterando o fator de transcrição NRF2, responsável por influenciar a expressão genética do miR-34a. Ainda, o medicamento suprime as moléculas c-MYC, genes cancerígenos que inibem o NRF2.
Os resultados mostraram que os genes miR-34 são essenciais para que o remédio possa ter o efeito inibitório nas células do câncer de intestino, não gerando os efeitos benéficos atestados em células sem tais genes.
Saiba Mais
**Tem aumentado cada vez mais o número de pessoas jovens (abaixo de 50 anos) que descobrem ter câncer colorretal. No Brasil, o Inca (Instituto Nacional de Câncer) estima que, neste ano, 21,9 mil homens e 23,6 mil mulheres possam desenvolver tumores nessa região. O câncer colorretal é o mais frequente nos dois gêneros, depois do de próstata e de mama, respectivamente. Estudos mostraram que há fatores de risco para a doençå associados ao estilo de vida
**Os tumores que atingem a região colorretal também podem ser chamados de câncer de cólon ou retal, dependendo da localização exata. Assim como os demais, apresentam um crescimento desordenado de células, que se espalham. A maioria começa com pólipos, que são pequenas saliências. Nem todos os pólipos viram câncer, mas alguns deles são considerados pré-cancerosos. Por isso, a importância de acompanhamento médico, normalmente a partir dos 45 anos, para quem tem risco considerado médio (sem histórico pessoal ou familiar de câncer colorretal, sem doenças inflamatórias intestinais e sem histórico de radioterapia prévia na região abdominal ou pélvica)
**A American Cancer Society lista a alimentação saudável como uma das principais recomendações para reduzir o risco de câncer colorretal. O consumo de muitos vegetais, frutas e grãos tem sido associado a incidências menores de tumores nessa área
**Por outro lado, dietas ricas em carne vermelha e, principalmente, carnes processadas (presunto, linguiça, bacon etc.) podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal ao longo da vida
**A prática regular de atividade física também é descrita como outro hábito que reduz o risco de câncer colorretal — e de uma série de outras doenças
**Segundo a American Cancer Society, o tabagismo é um hábito que tem relação com uma série de cânceres, incluindo o colorretal
**O consumo de álcool tem sido associado a uma maior probabilidade de desenvolver câncer colorretal. O ideal é não beber, mas, se o fizer, que seja de forma moderada. A recomendação da American Cancer Society é de duas doses por dia para homens e de uma para mulheres. Uma dose equivale a mais ou menos 150 ml de vinho (uma taça) ou uma lata de cerveja (350 ml)
**A realização periódica de colonoscopia a partir dos 45 anos é uma forma de detectar lesões pré-cancerígenas antes de elas virarem tumores. Removê-las no momento certo reduz significativamente o risco de câncer colorretal. A colonoscopia é um exame rápido, feito sob sedação, que utiliza uma câmera para analisar o cólon e o reto. Em caso de pólipos, o médico consegue fazer a retirada durante o procedimento