O grupo dividia um espaço pequeno onde alguns precisavam dormir no chão. Antes mesmo de iniciarem as atividades, houve um desentendimento entre os trabalhadores e os contratantes, o que os fez procurar assistência social do município
Nove trabalhadores indígenas, contratados por intermediários para a colheita da uva, foram encontrados em condições inadequadas de alojamento no bairro Municipal, em Bento Gonçalves. A situação foi identificada na última quarta-feira (5) durante uma ação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).De acordo com o relato de um dos trabalhadores, um homem de 29 anos natural de Faxinalzinho, o grupo, formado por dez pessoas, dividia um espaço pequeno onde alguns precisavam dormir no chão. Eles haviam chegado à cidade poucos dias antes e tinham a promessa de receber R$ 150 por dia, com alimentação fornecida. No entanto, antes mesmo de iniciarem as atividades, houve um desentendimento entre os trabalhadores e os contratantes.Buscando ajuda na assistência social do município, os trabalhadores foram ouvidos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e encaminhados temporariamente a uma Casa de Passagem.As autoridades estão conduzindo diligências para identificar os tomadores de serviço e o empreiteiro responsável pela contratação. Os trabalhadores foram contratados por uma empresa terceirizada, cuja existência foi confirmada, mas ainda está sendo investigado se houve formalização do vínculo empregatício. Até o momento, nenhuma vinícola foi diretamente envolvida no caso; apenas produtores estão sob apuração.Além disso, as investigações procuram determinar quais produtores empregaram esses trabalhadores e para quais vinícolas as uvas colhidas seriam destinadas. Caso sejam identificados produtores que entreguem uvas a uma das três vinícolas que assinaram o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), comprometendo-se a se responsabilizar por toda a cadeia produtiva, medidas cabíveis serão tomadas. Para vinícolas que não aderiram ao TAC, ajustes específicos serão realizados conforme necessário.