Governo confirma primeiro foco de gripe aviária em granja comercial no RS

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais. A detecção ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro. Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil.

O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), atendeu a suspeita de síndrome respiratória e nervosa de aves, no dia 12 de maio, em estabelecimento avícola de reprodução, em Montenegro. As amostras foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou o diagnóstico de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) nesta quinta-feira (15/5).

Medidas Sanitárias Implementadas

Imediatamente após a confirmação do foco, o Serviço Veterinário Oficial do RS desencadeou as medidas previstas no Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. Com a confirmação do foco, o Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) desencadeou as ações previstas no Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária, com isolamento da área em Montenegro e eliminação das aves restantes, para que seja iniciado o protocolo de saneamento da granja.

As principais medidas sanitárias adotadas incluem:

Isolamento e Eliminação

  • Isolamento da área em Montenegro
  • Eliminação das aves restantes
  • Protocolo de saneamento da granja

Investigação e Vigilância

  • Será conduzida investigação complementar em raio inicial de 10 km da área de ocorrência do foco, e de possíveis vínculos com outras propriedades
  • Intensificação da vigilância epidemiológica na região
  • A mortalidade de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que está fechado para visitação, também foi atendida e a Seapi aguarda o resultado do sequenciamento

Protocolos de Contenção Baseados no Plano Nacional de Contingência, as medidas incluem:

  • Eliminação de aves e desinfecção de todos os equipamentos utilizados nos criatórios, dos resíduos e subprodutos aviários como cama de frango, penas e outros
  • Controle de entrada e saída de veículos e pessoas nessas áreas
  • Estabelecimento de zonas de proteção e de vigilância com delimitação geográfica a partir do foco

Segurança Alimentar e Saúde Pública

O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.

Quanto ao risco para humanos, o risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).

Comunicação Oficial e Parcerias

O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil.

Histórico e Prevenção

Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa. O Brasil vinha preparando-se para essa eventualidade há quase duas décadas.

Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil.

Contexto Nacional

O Brasil vem registrando casos de gripe aviária em aves silvestres e domésticas (granjas de fundo de quintal) desde 2023, mas até o momento o sistema comercial não tinha sido afetado. Segundo a plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves do Ministério da Agricultura, há 166 focos, sendo 163 em aves silvestres e três produção de subsistência (caseira), confirmados até o momento.

A confirmação deste primeiro foco em estabelecimento comercial representa um marco na vigilância sanitária brasileira, demonstrando a eficácia do sistema de detecção precoce e a prontidão na aplicação dos protocolos de contenção e erradicação estabelecidos no plano nacional de contingência.