Um estudo recente conduzido pela Universidade de Edimburgo, considerado o maior já realizado sobre dieta e endometriose, questionou 2.599 participantes e mostrou resultados significativos. 45% das mulheres que eliminaram o glúten ou os laticínios relataram melhora nas dores. Além disso, 43% das que reduziram o consumo de cafeína e 53% das que diminuíram a ingestão de álcool também observaram alívio dos sintomas.
De acordo com a Dra. Alessandra Evangelista, ginecologista especialista em Reprodução Assistida, a endometriose consiste no crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, sendo este tecido inflamatório e causador de dor e inchaço. A alimentação pode piorar essa inflamação, pois “quando a paciente consome alguns tipos de alimentos, como o álcool e o glúten, ela fica mais inflamada e, consequentemente, isso também inflama mais os focos de endometriose”.
A associação da alimentação ao tratamento da endometriose, que antes envolvia somente medicamentos e cirurgia, passou a ser adotada há alguns anos. Especialistas notaram que algumas pacientes que tinham acompanhamento nutricional mais adequado, evitavam álcool, laticínios, glúten, carne vermelha, e consumiam mais substâncias anti-inflamatórias como legumes e verduras, apresentavam melhor qualidade de vida.
Um outro estudo científico com mais de 70 mil mulheres acompanhadas por 12 anos demonstrou que as pacientes que consumiam maiores quantidades de gorduras de boa qualidade, como o ômega 3, apresentaram menor incidência de endometriose.
Os especialistas concluem que a melhor abordagem é multidisciplinar, integrando cuidados médicos, apoio psicológico e orientações nutricionais para o tratamento desta condição que afeta milhões de mulheres no Brasil.