Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira (16) mostra que, em 2023, o número de casamentos registrados foi de 940,8 mil, representando um recuo de 3% em relação a 2022. As Estatísticas do Registro Civil contabilizaram 440,8 mil divórcios, número 4,9% maior que em 2022.
Menos casamentos, mais divórcios
A maior redução de casamentos se concentrou na Região Sudeste (-5,0%). Já em relação aos divórcios, as regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram as maiores variações, de 16,8% e 13,1%, respectivamente.
A queda nos casamentos foi mais acentuada na Região Sudeste, enquanto o aumento dos divórcios foi puxado principalmente pelas regiões Centro-Oeste e Norte. O levantamento indica que, para cada 100 casamentos realizados, quase metade termina em divórcio, mostrando que a dissolução das uniões está cada vez mais comum.
Mudança no perfil dos casais
O número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo apresentou um aumento de apenas 1,6%. Dos 11,2 mil registros, 62,7% foram entre cônjuges femininos. O IBGE afirma que esse número expressa um novo recorde, desde 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) impediu que cartórios se recusassem a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Já nos relacionamentos entre homens, houve redução de cerca de 4,9%
Outro dado relevante é o aumento da idade das pessoas que decidem se casar. Hoje, é mais comum encontrar homens e mulheres se casando após os 40 anos, uma tendência que cresceu nas últimas duas décadas. Especialistas apontam que muitos casais estão adiando a decisão de oficializar a união, seja por questões pessoais, profissionais ou por preferirem outros tipos de relacionamento, como a união estável.
A pesquisa também destaca que o número de recasamentos está em alta, mostrando que muitos brasileiros estão dispostos a tentar uma nova vida a dois após o fim de um relacionamento anterior.
Casamentos homoafetivos seguem em alta
Mesmo com a queda geral nos casamentos, as uniões entre pessoas do mesmo sexo continuam crescendo e atingiram um novo recorde. O destaque fica para os casamentos entre mulheres, que representam a maior parte dessas uniões. Desde que o casamento homoafetivo foi reconhecido legalmente, esse tipo de união só aumenta, refletindo avanços na aceitação e nos direitos da população LGBTQIA+.
Divórcios mais rápidos e com filhos menores
O tempo médio entre o casamento e o divórcio diminuiu nos últimos anos, indicando que os casais estão levando menos tempo para decidir pelo fim da relação. A maioria dos divórcios ocorre entre famílias com filhos menores de idade, o que traz desafios adicionais para pais e mães na reorganização da rotina familiar.
O que explicam os especialistas
Segundo o IBGE, a queda nos registros de casamento não significa necessariamente que as pessoas estão deixando de se unir. Muitos brasileiros optam por viver juntos sem formalizar a relação no papel, enquanto outros preferem esperar mais tempo antes de oficializar o compromisso.
A pesquisa mostra, ainda, que a sociedade brasileira está mais aberta a diferentes formas de relacionamento e que o casamento, embora continue importante, já não é visto como o único caminho para a vida a dois.