Em contrapartida, o Brasil teve um crescimento de 8%, segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho.O Brasil está bem posicionado e tem espaço para crescer, pois o consumo por aqui ainda é baixo. Além disso, o mercado de vinhos de luxo continua imune a crises.
Vinhos premium, com preços a partir de 20 dólares, subindo acima da média geral. Nos próximos dois anos, a previsão é de um aumento de 16% no consumo. O que chama atenção é uma busca sempre constante por rótulos icônicos que passam de 1.000 reais.
Esse movimento também impulsionou o surgimento de novas vinícolas em todo o Brasil, especialmente em terroirs emergentes, como o interior de São Paulo e Minas Gerais, além da criação de uma indicação geográfica para vinhos no sul de Minas.
As vinícolas que adotaram a técnica da poda invertida, responsáveis por elevar a qualidade dos vinhos produzidos fora do Rio Grande do Sul, se uniram em uma associação que já conta com cerca de 50 produtores, consolidando a força do setor e do mercado brasileiro.
Quando falamos do mercado brasileiro de vinho fino, sem espumantes, 85% são importados e 15% são nacionais. Esses novos terroirs têm um papel importante em trabalhos voltados para o enoturismo, pois ajudam a aumentar a percepção do consumidor sobre a alta qualidade do vinho nacional.
Sem álcool
Nos dez principais mercados globais de bebidas , incluindo o Brasil, as projeções indicam um crescimento anual de 7% no mercado de bebidas sem álcool até 2028, com um incremento de 4 bilhões de dólares, de acordo com dados da consultoria IWSR. Seja por motivos religiosos, de saúde ou geracionais, as bebidas sem álcool deixaram de ser uma tendência e se consolidaram como uma realidade.
Uma evidência dessa evidência foi o número de vinícolas que exibiram rótulos sem álcool na ProWine, o maior evento de comércio de vinhos e destilados da América Latina, realizado no fim do ano passado em São Paulo. Entre as marcas brasileiras, houve um salto exponencial nas vendas, com crescimento superior a 100%.
Vinhos brancos em alta
É difícil para um europeu entender que, em um país como o Brasil , onde as temperaturas frequentemente ultrapassam os 30 graus durante boa parte do ano, o consumo de vinho tinto — tradicionalmente associado a climas mais frios — chega a representar 70% do mercado.
Mas essa realidade tem mudado. Em 2024, os vinhos brancos responderam por 26% do consumo, um aumento em relação aos 20% registados em 2017.
Já os vinhos rosés tiveram um crescimento significativo, dobrando de participação e alcançando 8%.
E os tintos passaram de 76% para 67%, segundo dados da Ideal BI, consultoria especializada na análise do mercado de vinhos. A expectativa para os próximos anos é de um crescimento de 76% no consumo de vinhos brancos e espumantes, que são mais refrescantes e combinam mais com o clima brasileiro.