Voos de Bento para Porto Alegre são cancelados por falta de demanda, mas comitiva municipal foi à Brasília pedir mais dinheiro para aeródromo

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A comitiva foi à Brasília pedir mais R$ 250 mil para o terminal de passageiros, que já estava inclkuso nos R$ 3,9 milhões gastos - Crédito: André Majola

Sem deixar claro se os R$ 250 mil solicitados agora – que vão exigir reciprocidade – estão dentro dos R$ 3,9 milhões iniciais já gastos

O serviço anunciado com orgulho pela prefeitura municipal em 2016 foi cancelado. Os voos com saída de Bento Gonçalves para Porto Alegre não atraiu a população. Na época o diretor responsável pela Airsul, Adriel Arruda, afirmou haver interesse pelo serviço.
“Empresas grandes e médias, de turismo e hotéis já manifestaram interesse pelo voo comercial. Os voos fretados saem com, no mínimo, seis pessoas. O preço estimado da passagem é de R$ 199 a R$ 250 por trecho”, afirma. A falta de demanda, no entanto, fez com que a empresa Airsul, responsável pelas viagens para a capital gaúcha, suspendesse o serviço. A previsão inicial é que os voos sejam retomados na segunda quinzena de março.
De acordo com Arruda, os voos foram interrompidos ainda no final do ano. Ele afirma que a demanda pelos voos na Capital do Vinho tem sido menor que o esperado. Arruda esclarece que há uma demanda interessante nos voos de segunda-feira, porém o retorno da capital teve pouca procura.
Para mudar esta situação, o diretor da Airsul vai esta semana para São Paulo para tentar formar parcerias com empresas de turismo para viabilizar os voos para turistas que visitam Gramado e Bento Gonçalves. Arruda revela que tentou fazer uma parceria com a FIMMA Brasil para o transporte entre Porto Alegre e Bento, mas não houve interesse da direção da feira, segundo ele.
A situação é considerada preocupante e pode provocar até o cancelamento das viagens. Arruda revela que a população ainda não comprou a ideia de viajar para Porto Alegre de avião. Mesmo assim, o diretor da Airsul acredita numa retomada das viagens logo após o Carnaval. A ideia da empresa é retomar os voos entre Bento e a capital na segunda quinzena de março. Até lá, os passageiros não vão conseguir comprar passagens pelo site da empresa ou no aeródromo municipal.
Os voos da Airsul para Porto Alegre iniciaram no mês de outubro do ano passado, mas foram realizados somente até o mês de dezembro. Nos meses de janeiro e fevereiro os serviços não foram oferecidos pela empresa aérea, sob a alegação de pouca procura dos bento-gonçalvenses.

Investimento sem retorno
O projeto que previa investimentos no Aeródromo de Bento Gonçalves conta com recursos conquistados junto ao Ministério de Turismo (MTur) e integra as ações do programa estruturante de governo “Desenvolve Bento”. Inicialmente, estava previsto apenas o asfaltamento 1,2 mil metros da atual pista de pouso, mas o atual governo modificou o projeto garantindo o aumento na largura da nova área de pousos e decolagens, que passará de 18 para 23 metros, e na extensão total da pista que será de 1,4 mil metros, o que irá possibilitar o pouso e decolagem de aeronaves maiores. No total, serão aplicados R$ 3.979.941,23, sendo R$ 2.116.000,00 do Mtur, R$ 1.463.941.23 de recursos do município e R$ 400.000,00 de empresários por meio de uma parceria-público-privada, segundo dados do portal da transparência da prefeitura.

Buscando mais verbas
Segundo noticiado na imprensa local no dia seis deste mês, uma comitiva formada pelo vice-prefeito, Aido Bertuol, e pelo secretário geral de Governo, Enio De Paris esteve em Brasília em busca de (mais??) recursos para o terminal de passageiros do aeródromo. Segundo noticiado a comitiva pediu mais R$ 250 mil, que deve também ter (mais??) contrapartida do município de Bento.
No ufanismo de Pasin “… vamos ter a condição de termos um terminal de passageiros, deixando completa esta estrutura importantíssima para infraestrutura e logística da região que é o aeródromo, que é uma grande luta da comunidade que a gente ajuda a complementar”.
Para um gestor que comprometeu mais de 50% da renda com folha de pagamento, atrasa salários, não tem remédio nas UBS entre tantos serviços básicos em dia, o valor já empregado e comprometendo futuros num setor que demonstra não trazer retorno para o município, Pasin se emociona: “este é considerado um momento de investimentos para que seja possível atrair recursos e para trabalhar no desenvolvimento de Bento Gonçalves.”