Voluntárias da Sociedade Santo Antônio arrecadam doações de roupas e alimentos e atendem mais de 200 pessoas por mês

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São mais de 200 quilos de alimentos doados ao mês

Entre os contemplados estão idosos, deficientes, aposentados e pessoas em vulnerabilidade social

A Sociedade Beneficente Santo Antônio existe há mais de 40 anos e com o intuito de ajudar pessoas em vulnerabilidade social, realiza doações de alimentos e roupas. São mais de 20 idosas aposentadas trabalhando no local. De acordo com Lidia Sandrin, que há mais de 20 anos se dedica ao trabalho voluntário, são cerca de 200 quilos de alimentos doados ao mês, além de peças de roupas.
“Recebemos ajuda de algumas empresas, e temos 60 pessoas cadastrados, que uma vez ao mês recebem donativos, mas nas quintas-feiras, contudo, tem doação de emergência, porque tem bastante gente de outras cidades e que necessitam de ajuda. Ao todos posso dizer que são em torno de 200 cadastrados”, explica.
O trabalho na associação é regado por horas de dedicação ao próximo. É com o pensamento altruista, que nas terças-feiras as voluntárias se juntam para costurar peças de roupas. “Nós costuramos roupas, que são doadas e algumas peças vendidas. Com odinheiro compramos os alimentos para doação. Tem uma senhora de 94 anos que ainda participa do grupo das costureiras”, comemora.
A felicidade pelo trabalho está estampado no semblante sereno de Lidia, que com os mais de 80 anos, segue dedicando o tempo às doações. “Aqui todas têm idade entre 70 e 90 anos, e realizamos o trabalho com muito amor”, diz. A maior dificuldade, no entanto, é driblar a ação de pessoas que utilizam as doações para comprar drogas, conforme diz a voluntária.
“Acontece, infelizmente, de venderem os alimentos ou trocarem por drogas. Isso é triste, mas faz parte do nosso trabalho realizarmos as doações e acreditarmos an indole da pessoa. Por isso pedimso que quem estiver precisando venha até a gente, que vamos receber de braços abertos”, garante.

Tricotando esperança
Sentada ao sol no quintal de casa na companhia de escritos e das lembranças rabiscadas em blocos de papel, ela me aguardava. Os cabelos brancos, a pele enrugada e o semblante sereno desenham a dona Lurdes Martines, 80 anos. Lurdes dedicou os últimos 20 anos de sua vida ao trabalho social. Atualmente faz parte do grupo de cerca de 30 idosas, com idades entre 70 e 90 anos que trabalham voluntariamente na Sociedade Beneficente Santo Antônio.
Dona Lurdes está há cera de quatro anos no grupo, e como ela mesmo diz, está apenas fazendo o bem. “Nós tricotamos, fazemos crochet e costuramos peças de roupa para crianças e adultos cm o único objetivo de ajudar o próximo”, diz.
O trabalho realizado por Lurdes contempla famílias carentes do município. Além das eças de roupas confeccionadas, o grupo participa também de doações de alimentos. “São entregues 80 ranchos por mês, para 80 famílias cadastradas, além destas, outros dezenas de famílias vão todos os dias na paróquia pedir comida e roupa”, explica.
Ela acrescenta sobre o trabalho. “Eu admiro muito o nosso grupo, porque todas nós temos entre 70 a 90 anos e queremos muito ainda ajudar o próximo”, observa.

O trabalho na Pastoral da criança
Dona Lurdes, que hoje com 80 anos faz tricot com o grupo de idosas, começou a fazer trabalhos sociais há cerca de 20 anos com a Pastoral da Criança. Ela conta que foi uma das pioneiras a trabalhar na Pastoral. “Quando a Pastoral começou eu e uma freira da paróquia visitávamos famílias que moravam em vilas e observávamos a saúde das crianças e se estavam sendo bem alimentadas”, conta.
O trabalho consistia em amparar as famílias carentes, e segundo a idosa, ajudar com a alimentação e medicamentos. As condições das regiões periféricas naquela época era outro fator que dificultava.
“Quando começamos o trabalho voluntário na Pastoral da Criança as vilas eram repletas de barracos, quase que empilhados uns sobre os outros, e era esgoto a céu aberto. Esse cenário impactante nos fazia lembrar do quão importante era o nosso dever, e com o tempo até mesmo pessoas das vilas começaram a nos ajudar com o trabalho. Todos os meses realizávamos almoços especiais na Vila dos Eucaliptos e também a pesagem dos bebês, paar saber se estavam em bem de saúde”, se emociona.
O trabalho social desenvolvido por Lurdes exigia disposição e coragem. Durante os seis anos que fez parte da Pastoral da Criança, ela presenciou cenas que de acordo com Lurdes marcaram sua vida.
“Eu lembro de um menino de 6 anos que um dia entrou no salão em que eu estava e implorou para que eu o levasse para minha casa porque havia passado duas noites correndo do próprio pai que o ameaçava com um facão.
O pai dele era muito violento e brigava com a mulher e os filhos. Eu, no entanto, não tinha como leva-lo para minha casa. Esse foi um episódio que me marcou muito”, se emociona.
Nos seis anos de trabalhos frente a Pastoral da Criança dona Lurdes atendeu centenas de crianças de zero a seis anos.
As voluntárias da pastoral tinham a autorização ode levar crianças desidratadas e que estavam em situações delicadas, para suas casas. “Quando eu podia ficava com alguns dias com uma criança em situação de extrema pobreza, e assim que melhoravam, ficavam mais nutridos