Viroses infantis deixam pais em alerta

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Sintomas da herpagina, uma das viroses que acometem os pequenos

Chega o frio e com ele, um alerta para os pais para as temidas viroses infantis. É época de correr atrás de médico e, principalmente, deixar os pequenos repousar. No passado, como não se dominava o conhecimento e a tecnologia necessária para fazer diagnósticos precisos, muitas doenças recebiam a classificação genérica de viroses.
Atualmente, os médicos contam com recursos laboratoriais e de imagem para fazer diagnósticos mais rápidos e seguros, o que é muito importante pois nem todos os vírus são iguais. Em comum, têm a característica de necessitar de uma célula viva que lhes sirva de hospedeira para reproduzirem-se. Contra algumas viroses delas existem vacinas, é o caso da gripe, rubéola, poliomielite, sarampo e caxumba, mas para outras não existem.
Algumas viroses podem ser tratadas com drogas antivirais. Não se podendo contar com elas, o tratamento será apenas sintomático. Antibióticos só devem ser introduzidos caso surjam complicações.

Como reconhecer a virose
O médico Drauzio Varella informa que quanto mais novo for o bebê, principalmente antes dos três meses de idade, o primeiro sinal é a criança mamar menos e ficar menos espertinha. “Já as mais velhas ficam mais chorosas, mas sabem contar o que sentem. Esses são os sinais subjetivos das viroses”, explica. “Os sinais objetivos são coriza, tosse, febre, que a mãe prontamente reconhece. Portanto, febre, nariz escorrendo, indisposição e, em quase 100% dos casos, perda de apetite – o bebê mama menos no peito ou recusa a mamadeira, ou nada apetece à criança maior – são sinais precoces de que um vírus pode estar alojado no sistema respiratório ou intestinal”, acrescenta. “Em geral, quando a criança entra na escola, os episódios de viroses ficam mais frequentes”, ressalta Varella.

Infecções herpéticas
Estomatite são aftas que tomam conta da boca, em geral provocadas pelo herpesvírus. A estomatite é uma doença muito contagiosa e bastante comum. Os principais sintomas são inchaço na gengiva, febre alta, salivação abundante, indisposição. As crianças não se sentem bem e param de comer imediatamente.
“As infecções herpéticas são conhecidas popularmente como febre intestinal e provocam o aparecimento de bolinhas cheias de líquido nos lábios que somem em cinco, sete dias. Embora, em sua maioria, sejam infecções benignas, o primeiro episódio costuma ser muito grave na criança”, relata o médico, indicando aos pais que cuidem para hidratar as crianças. “Pois elas ficam dias sem ingerir absolutamente nada, nenhum líquido sequer”, comenta Varella.

Desidratação Infantil
O primeiro sinal da desidratação na criança é a letargia. “A criança fica apática, não se mexe muito nem reage aos estímulos. Existem outros sinais objetivos: olhos encovados, saliva espessa, diurese comprometida e a criança para de babar. Muitas vezes, pode ficar com a mesma fralda por seis, oito horas, porque deixa de fazer xixi. Nos lactentes, há um rebaixamento da fontanela (moleira)”, destaca o médico.
A indicação é a terapia de hidratação oral com soro caseiro. A receita é simples: em um litro de água, dilui-se uma colherinha de chá de sal e uma colher de sopa de açúcar. A água de coco é outro recurso importante para a reidratação porque é um soro fisiológico eficaz e de preço accessível.

Vírus graves
A pediatra Denise Varella Katz alerta que alguns vírus causam doenças graves. “Por exemplo, com frequência o adenovírus causa um tipo de pneumonia que pode exigir internação na unidade de terapia intensiva. Mesmo a infecção por rotavírus, que é considerada benigna, pode ter complicações bastante graves”, pontua.
“Uma vez por ano, o rotavírus provoca uma epidemia. Como existem vários subtipos de rotavírus, o fato de a criança ter sido infectada uma vez não significa que esteja imunizada definitivamente. Os sintomas clássicos da infecção, que costuma durar sete dias, são diarreia aguda, febre e vômitos. Muitas vezes, no primeiro dia, as manifestações são febre e diarreia e só no segundo ou terceiro de evolução aparecem os vômitos”, registra a pediatra.