Recuperação gradual deve ganhar força em 2018, com mercado voltando a aquecer
Após três anos consecutivos em queda, o setor automotivo respira novos ares em 2017. Os números estão em crescimento na produção, vendas, investimentos e na utilização da capacidade de produção. Concessionárias de Bento Gonçalves afirmam que a meta de vendas de novembro e dezembro deve ser 10% a mais que do último ano. O gerente comercial da Toyota, Daniel Dorneles, está otimista quanto a recuperação do mercado.
“As vendas de automóveis estão em crescimento, já superaram do último ano. Posso dizer que nos últimos meses crescemos bastante. Em outubro vendemos 60% a mais que no ano passado. Para novembro e dezembro prevemos 10% a mais”, aposta. O crescimento de vendas é natural e expressivo, já que 2016 foi um dos anos com piores vendas. A recuperação, ainda tímida, reflete na venda dos principais carros da marca.
A Nissan Kicks, segundo Dorneles, é o modelo mais vendido. Com valor na média de R$ 70 mil, o carro é a sensação do momento. O Versa, que tem o valor de entrada próximo dos R$ 45 mil, também está na liderança de vendas. “Estamos com expectativa positiva para novembro e dezembro. Temos o Kicks e o Versa que estão na liderança de vendas”, afirma.
A Carway também aposta em boas vendas de seus veículos Hyundai. Segundo o gerente de vendas, Anderson Teixeira, dezembro não é um mês fértil para venda. “No ano passado foram 11 carros vendidos em dezembro, e neste ano pretendemos vender 20. Em janeiro as vendas devem retornar com força. Em 2017 já teve bastante melhorias, mas em 2018 deve acontecer um aquecimento expressivo das vendas”, acredita. Ainda segundo Teixeira, são vendidos em torno de 20 carros ao mês”, afirma.
De acordo com o gerente de vendas, os clientes (geralmente com poder aquisitivo alto) optam por compra à vista ou com taxa zero, deixando dinheiro aplicado e efetuando a compra com 60% de entrada.
Exportações têm impacto positivo
A indústria automobilística brasileira segue em recuperação graças, principalmente, às exportações, que registram recordes sucessivos. Para o período de janeiro a julho, as vendas externas aumentaram 55,3%, em comparação ao mesmo intervalo de 2016, e puxaram a produção, que cresceu 22,4%, permitindo assim uma melhora, ainda que pequena, no uso da capacidade instalada das empresas e estabilidade no nível de emprego.
Nos sete primeiros meses do ano, foram exportados 439,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, ultrapassando a melhor marca anterior para o período, que foi em 2005, com 420 mil unidades. Aquele ano também foi o melhor para o setor, com 724,1 mil veículos enviados ao exterior. Os fabricantes acreditam que podem superar esse volume ainda neste ano.
Só em julho as exportações somaram 65,7 mil unidades, 42,5% a mais que em igual mês do ano passado.
