Vacina da gripe está próxima de atingir a meta nacional esperada

2015-04-10_190211

Por conta da baixa procura, o Ministério da Saúde prorrogou até sábado (9) o prazo da campanha nacional de vacinação contra a gripe Influenza. A vacina protege contra três tipos de vírus (A/H1N1, A/H3N2 e influenza) e, principalmente, as complicações nos quadros de saúde de pacientes com a doença. A meta do governo nacional na campanha deste ano era de vacinar ao menos 90% dos grupos prioritários, que incluem crianças, gestantes, idosos e profissionais da saúde.
Em Bento Gonçalves, de acordo com a Secretaria da Saúde, o número de doses computado até o meio-dia de segunda-feira (5) totalizou em 21782, atingindo a meta de 88% do grupo prioritário. Entretando, as doses disponíveis no município acabaram nesta segunda-feira (5) e segundo Michael Manfredini, enfermeiro da área de imunização da Secretaria Municipal da Saúde, os dados divulgados são parciais. Ou seja, é muito provável que a meta nacional tenha sido atingida. “Os dados não foram totalmente computados, mas é bem provável que atingimos a meta nacional”, afirma.
A vacina foi aberta para toda a população no dia 29 de maio, e até o momento já haviam sido computadas 31273 doses. Os dados foram divididos entre crianças (4707), idosos (12487) gestantes (870), puérperas (254) e profissionais da saúde (3464).
Ainda, foram realizadas 1671 doses em professores da rede pública e privada, 4027 em pessoas com doenças crônicas e 17 em indígenas, que não se incluem no cálculo da porcentagem.
De acordo com Michael, este ano a procura pela vacina foi menor que no ano passado. “Menos pessoas morreram por causa da gripe este ano, e isto pode ter influenciado na procura pela vacina nesta campanha”, avalia.
As unidades federativas em que a vacina havia sido somente ofertada para os grupos prioritários, foram orientadas pelo Ministério da Saude nesta segunda-feira a oferecerem as doses remanescentes para a população geral.

Movimentos antivacina crescem no país
Historicamente, comemorar o primeiro ano de uma criança está relacionado às altas taxas de mortalidade infantil no passado. Muitos bebês faleciam antes de completar 365 dias, e a imunidade ficava mais fortalecida após este período, sendo criada uma festa para celebrar este marco.
Atualmente, a taxa de mortalidade infantil tem diminuído a cada ano. No Brasil, em 2016 dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no primeiro ano de vida 4% do total de óbitos registrados em 2005 caíram para 2,5% em 2015. Em 1974, essa taxa era de 28%. O Instituto atribuiu o declínio à elevação de domicílios com saneamento básico adequado e maior acesso aos serviços de saúde, como a adoção de uma caderneta de vacina.
Um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do mundo é o brasileiro. Os principais imunizantes são disponibilizados gratuitamente. O calendário básico de vacinação oferecido aos bebês inclui a vacina contra o rotavírus, poliomielite, hepatite B e meningite, além das ofertadas pelas redes privadas, que evitam outros tipos de hepatite e meningite.
Há, ainda, o calendário de vacinas contra epidemias sazonais, como a da gripe Influenza. A queda do número de pessoas que buscam a vacina pode estar atribuída a movimentos nacionais e internacionais nos quais pais se recusam a vacinar os filhos ou a si próprios. Esses movimentos debatem sobre as vacinas via Facebook e outras redes sociais.
Na Europa, eles inclusive estão sendo apontados como um dos principais fatores responsáveis por um recente surto de sarampo, onde mais de 7 mil pessoas já foram contaminadas. Sem base científica, os grupos divulgam supostos efeitos colaterais das vacinas e estratégias homeopáticas para imunizar as crianças.
Para a pediatra Ângela Rech Cagol, é fundamental fazer a vacina. “A minha opinião é que toda e qualquer vacina que existe serve para aumentar a imunidade. É um instrumento que temos para melhorar”, avalia. Segundo a médica, no caso da gripe H1N1, os mais vulneráveis a ter a doença são as crianças e os idosos, devido à imunidade. No inverno a tendência é piorar os índices dos contaminados pelo vírus. Ângela ressalta que há vacinas que podem, inclusive, evitar a morte. “No caso da meningite B, é preciso fazer. Ela deixa sequelas e pode levar ao óbito. É uma lástima as pessoas deixarem de fazer as vacinas por medo, por lerem coisas na internet que não são verdade e por falta de informação”, conclui.