Vacina contra HPV diminuiu as taxas de câncer de colo de útero em 89%

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Estudo mostrou que vacinação é umas das melhores formas de prevenir o terceiro câncer mais incidente na população feminina

 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama e do câncer colorretal. Em 2018, foram 16.370 mil casos novos no Brasil.

O câncer de colo do útero tem como principal causa a infecção do vírus HPV (Papiloma vírus humano). A vacina é a forma interessante de prevenir a doença, porém não anula o uso da camisinha para evitar o HPV e outras ISTs.

Para entender o impacto da vacina nos últimos anos, pesquisadores escoceses analisaram um grupo de aproximadamente 140 mil mulheres por 20 anos. Na investigação eles compararam 2 tipos de participantes: mulheres que foram vacinadas anteriormente e mulheres que não foram imunizadas.

Os resultados, publicados na revista periódica British Medical Journal, mostraram que a vacina contra o HPV reduziu a incidência do câncer de colo de útero em 89%

Segundo o estudo, as mulheres que foram vacinadas contra o HPV apresentaram taxas de células pré-cancerígenas menor do que as participantes que não eram vacinadas.

Além disso, a pesquisa mostrou que as mulheres não vacinadas também estavam sendo beneficiadas. Isso estava acontecendo devido ao efeito de ?imunidade de rebanho, no qual pessoas não vacinadas são protegidas já que uma boa parte da população é vacinada e o vírus tem dificuldade de se espalhar.

Atualmente, a Austrália é um caso de sucesso relacionado a vacina contra o HPV e a redução dos casos de câncer de colo de útero. O país está no caminho para atingir o limiar de quatro ou menos novos casos por 100.000 mulheres a cada ano, eliminando efetivamente o câncer até 2028, segundo estudo publicado no científica “The Lancet” em 2018.

O que é o HPV?

O HPV é um vírus transmitido, em geral, pelo contato de pele com a pele, e o modo mais comum de transmissão é por meio do ato sexual. Por isso pode ser considerado uma doença sexualmente transmissível. Mais raramente, pode também ser transmitido por objetos. No primeiro contato sexual 1 em cada 10 meninas chega a entrar em contato com o vírus.

m geral é sabido que entre 80 e 90% da população já entrou em contato com o vírus em algum momento da vida, mesmo que não tenha desenvolvido lesão. Mas é importante lembrar que mais de 90% das pessoas conseguem eliminar o vírus do organismo naturalmente, sem ter manifestações clínicas.

Existem mais de 200 tipos de HPV. Até hoje 150 deles já foram identificados e sequenciados geneticamente. Entre esses tipos, 14 apenas podem causar lesões precursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. Cerca de 70% dessas lesões são causadas pelos HPVs tipo 16 e 18, enquanto o HPV 31, 33, 45 e outros tipos menos comuns são encontradas nos casos restantes.