Vacina ainda é a melhor forma de se imunizar

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O que produz uma resposta imunológica mais forte, a infecção natural ou a vacina?

Tudo vai depender do caso. Em poucas palavras, ainda não se tem certeza. Embora o vírus cause poucos ou nenhum sintoma para algumas pessoas, outras precisam ser hospitalizadas ou ligadas a um respirador.

Doenças clássicas como sarampo, catapora ou caxumba, em que a infecção natural é a que confere imunidade mais longa. Nestes casos, o mais comum é que pessoas curadas não adoeçam de novo. Em outros tipos de infecções, como as causadas em crianças por pneumococos ou meningococos (dois tipos de bactérias) ou pelo papilomavírus humano (HPV) — um grupo de vírus que podem causar verrugas e vários tipos de câncer — a situação é contrária.

No caso do HPV, por exemplo, a vacina gera uma resposta imunológica mais forte do que a imunidade natural, pois esta é particularmente fraca. Isso é explicado, entre outras coisas, pelo fato de o vírus usar diferentes táticas para “escapar” do sistema imunológico, explica Maitreyi Shivkumar, professor de Biologia Molecular da Faculdade de Farmácia da Universidade de Montfort, no Reino Unido.

Além disso, a vacina permite que, “de certa forma, o sistema imunológico não se distraia com outras partes do vírus (como ocorreria em uma infecção natural)”, acrescenta o especialista, embora esclareça que são poucos os casos em que a imunidade gerada pela vacina é maior do que a causada pela infecção natural. “Normalmente as vacinas são tão eficazes quanto a infecção (neste sentido) ou fornecem imunidade suficiente, e é isso que se deseja alcançar”, esclarece.

E a covid-19?
Como se trata de uma doença nova, e os estudos sobre a vacina foram elaborados no sentido de determinar sua segurança e eficácia, e não para avaliar a longevidade da imunidade, ainda não se sabe exatamente quanto tempo dura o efeito imunizador da vacina — nem o que vem depois de se desenvolver e curar a doença.

Se eu tive covid-19, preciso me vacinar?
Segundo especialistas, você deveria permitir que outras pessoas se vacinem primeiro porque seu corpo ainda pode ter uma memória do vírus e, portanto, a capacidade de combatê-lo. Mas é importante que o faça.

Muitas vezes as pessoas que pensam que tiveram covid-19 e são testadas para anticorpos, nem sempre elas dão positivo porque não foram realmente expostas ao vírus. Esse já é um bom motivo para tomar a vacina. Também não há consequências negativas em dar a vacina depois de ter contraído o vírus, seria como reforçar a sua resposta imunológica.