Uso de apps espiões cresce 48%

2015-04-10_190211

Vítimas estão mais vulneráveis

Imagine ter sua utilização do celular monitorada o tempo todo, com direito às informações digitadas, chamadas realizadas, mensagens trocadas e direito até mesmo a alguém observando tudo o que você está fazendo ao vivo. É a realidade dos stalkerswares, aplicativos espiões cujo uso cresceu 48% em 2020, se tornando uma ameaça de presença constante, principalmente, para os usuários do sistema operacional Android.

Trata-se de uma questão que vai além, apenas, da privacidade dos dados do smartphone, esbarrando também em questões relacionadas ao abuso familiar ou de trabalhadores. Muitas vezes, os apps surgem disfarçados de softwares de controle parental, isso quando os desenvolvedores efetivamente tentam dar essa aparência mais legítima às soluções.

Uma análise realizada pela empresa especializada em segurança ESET mostrou, ainda, que além do grande problema que esse tipo de uso representa, sozinho, o uso de apps espiões ainda pode abrir as portas para explorações maliciosas por terceiros desconhecidos da vítima e do próprio stalker.

Isso se deve ao uso de políticas completamente inseguras de gestão de informações, armazenamento e até controle remoto, com os golpes, também, podendo se aproveitar da alta popularidade desse tipo de solução.
O aumento de 48% registrado em 2020 expande ainda mais um número de aplicações que quintuplicou em 2019, na comparação com o ano anterior.

De acordo com o levantamento feito pelos especialistas, hoje, são 86 desenvolvedores de aplicações voltadas para a espionagem de smartphones, sendo 71% deles no sistema operacional Android.

Ligação direta
A maior parte dos aplicativos dessa categoria exigem que o indivíduo interessado na espionagem tenha acesso físico aos aparelhos, de forma a instalar o stalkerware e entregar todas as permissões necessárias para que eles funcionem.

Após serem autorizados, os stalkerswares podem se esconder como ícones do sistema ou tentam se passar por soluções legítimas, evitando detecção visual mesmo quando abertos. As capturas da câmera, gravações do microfone ou chamadas, informações digitadas, conversas e fotos recebidas são enviadas a servidores na nuvem, acessíveis pelo interessado na espionagem, para que o monitoramento possa acontecer de forma direta e constante.

Tudo dominado
Cerca de 67% dos apps espiões contem problemas de segurança graves. Por meio deles, as vítimas eram expostas não apenas a seus cônjuges, parceiros, chefes ou outros indivíduos responsáveis pela instalação, mas também a terceiros que poderiam ter acesso a dados pessoais, informações e imagens íntimas, credenciais e outras entradas comprometedoras ou que possibilitam a realização de golpes e fraudes.

Especialistas também apontam para o fato de, da mesma forma que um parceiro poderia usar uma mensagem de texto para espionar a namorada, o mesmo também poderia ser feito por um terceiro malicioso que tenha acesso ao número da vítima e aos comandos do stalkerware usado.