Triplicar vitamina D em crianças não ajuda ossos nem reduz infecções

2015-04-10_190211

Triplicar a dose de vitamina D em crianças pequenas não tem efeito sobre os ossos ou contra doenças infecciosas, de acordo com um grande estudo realizado na Finlândia, publicado na terça-feira (29) na revista JAMA Pediatrics. A vitamina D é essencial para absorver o cálcio e em crianças em pleno crescimento, a deficiência da vitamina pode ter consequências graves, como raquitismo.
É por isso que os médicos recomendam suplementos de vitamina D para mulheres grávidas e crianças pequenas. Mas a dose ideal e o efeito mais geral sobre a saúde permanecem um enigma, na medida em que os estudos realizados ao longo dos anos são contraditórios, não confiáveis, ou inconclusivos.
Um grupo de pesquisadores finlandeses fez o estudo com crianças de zero a dois anos de idade. O experimento foi realizado apenas com crianças com pele branca. A pele negra produz naturalmente menos vitamina D, por isso o estudo avisa que o resultado não deve ser generalizado para crianças com pele mais escura, que podem ter necessidades diferentes. Durante um ano e meio, em 2013 e 2014, eles observaram quase 1.000 bebês saudáveis nascidos em um hospital em Helsinque. Metade deles, selecionados aleatoriamente, receberam uma dose normal de suplemento de vitamina D a cada dois anos, ou seja, 400 unidades internacionais (UI), a unidade de medida de vitaminas. A outra metade recebeu 1.200 UI.
Aos 6, 12 e 24 meses, os pais forneceram um registro listando todas as doenças infecciosas de seus bebês, desde otites até gastroenterites. E aos 2 anos, os pesquisadores mediram a força óssea das crianças. As crianças do grupo “normal” não ficaram mais doentes e seus ossos eram tão fortes quanto os que receberam a dose tripla de vitamina.