Tratamento para enxaqueca pode ser coberto por planos de saúde

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A enxaqueca se apresenta com destaque nas causas de incapacidade em indivíduos abaixo de 50 anos, estando entre as 20 doenças mais incapacitantes do mundo. É também, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos motivos mais frequentes de consultas médicas. Em sua forma crônica, ela tem prevalência de 5,12% no Brasil, de acordo com dados epidemiológicos da Sociedade Brasileira de Cefaleia3.
A enxaqueca crônica interfere muito na qualidade de vida dos que dela sofrem, não só na perda da sua capacidade de trabalho, mas também na sua vida social, familiar
O problema afeta mais as mulheres, em proporção maior que o dobro do que nos homens. A dor pode ser confundida com uma cefaleia comum, mas é facilmente identificada exatamente por essas características às quais se referiu Alice: o incômodo ocorre, geralmente, só de um lado da cabeça, com intensidade que pode variar de moderada a intensa, e quase sempre pulsante, com duração de até 72 horas. Quando ocorre 15 vezes ou mais no mês, por mais de três meses, já é considerada crônica.
Outros sintomas, como náuseas, vômitos e alta sensibilidade à luz e a barulhos diversos, por mais sutis que sejam, também são comumente relatados entre os pacientes. A enxaqueca crônica pode estar associada também a outras comorbidades, como depressão e ansiedade. Trata-se de uma alteração nos neurônios que acarreta uma hipersensibilidade do cérebro, causando inflamação dolorosa dos vasos sanguíneos.

É possível controlar a enxaqueca
São diversos os tratamentos indicados para quem sofre de enxaqueca crônica e envolvem de medicamentos a mudanças nos hábitos de vida, principalmente os relacionados a alimentação, atividade física e componentes emocionais desencadeadores do estresse.
O primeiro passo para quem apresenta os sintomas é procurar um neurologista para avaliação do caso. A Sociedade Brasileira de Cefaleia determina que, acima de três crises mensais, o médico deve entrar com tratamento medicamentoso preventivo da enxaqueca.

Como atuam os tratamentos preventivos medicamentosos
Os tratamentos medicamentosos para a prevenção da enxaqueca podem ser orais ou injetáveis e atuam sobre o sistema nervoso central com o objetivo de inibir o sistema supressor da dor. Dessa forma, o organismo responde com menos intensidade e com menos frequência de crises, permitindo que as medicações efetivamente indicadas para as situações de crise intensa possam ser cada vez menos necessárias.
Como a enxaqueca crônica não tem cura, os remédios precisam ser administrados com frequência e antes de as dores se instalarem, por isso o nome preventivo dado a esse tipo de terapia e a importância de acesso a eles por parte da população para o seguimento adequado do tratamento proposto pelo neurologista.
E esse acesso pode se ampliar a partir de agora, com a abertura da consulta pública pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que analisa a inserção de tratamentos preventivos na lista de coberturas realizadas pelas operadoras de planos de saúde.
Por meio dela, a população pode dar a sua opinião a respeito dos tratamentos, inclusive relatando suas experiências. Mas é preciso estar atento ao prazo, que se encerra no dia 21 de novembro.