Tratamento com plasma pode reduzir gravidade de casos da COVID-19

2015-04-10_190211

Pesquisadores argentinos descobriu que o plasma convalescente de pacientes recuperados da Covid-19 pode evitar que idosos fiquem seriamente doentes, desde que usado no início da infecção

Para o combate do novo coronavírus (SARS-CoV-2), pesquisadores investigam uma série de tratamentos que podem ser eficazes, principalmente, nos casos mais graves. Agora, um grupo de pesquisadores argentinos descobriu que o plasma convalescente de pacientes recuperados da Covid-19 pode evitar que idosos fiquem seriamente doentes, desde que usado no início da infecção — em até 72h depois dos primeiros sintomas.
Em agosto do ano passado, a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, autorizou de forma emergencial a terapia para pacientes hospitalizados em decorrência da Covid-19. Entretanto, ainda faltavam dados que detalhassem sua eficácia contra o coronavírus.
Uma das dificuldades do estudo era que a maior parte dos pacientes contaminados iniciava o tratamento com a técnica de forma tardia, muito depois da infecção se manifestar.
Agora, publicados no New England Journal of Medicine, os resultados da pesquisa argentina são considerados uma das primeiras análises a apontar conclusivamente para os efeitos benéficos do tratamento precoce com o plasma convalescente .

Uso de plasma
sanguíneo contra
a Covid-19
Vale lembrar que o plasma convalescente é um líquido amarelo claro, obtido depois que o sangue é separado dos seus glóbulos vermelhos e brancos (hemácias e leucócitos, respectivamente).
Essa substância é rica em anticorpos contra o coronavírus, afinal veio de pacientes que se recuperam da Covid-19
Para verificar a eficácia do tratamento, o médico Fernando Polack, infectologista pediátrico e diretor da Fundação Infat na Argentina, o testou em 80 pacientes contaminados pelo coronavírus. No total, o estudo contou com 160 pacientes, já que a outra metade recebeu apenas um placebo (substância sem eficácia contra a Covid-19). De acordo com as análises, o plasma convalescente reduziu em 48% as chances dos pacientes desenvolveram uma forma grave da infecção.
Segundo a publicação do estudo, todos os voluntários tinham pelo menos 65 anos, ou seja, estavam no grupo conhecido por apresentar maior risco de adoecer gravemente. Além disso, cerca de 50% dos participantes também apresentava alguma comorbidade.
Outra questão importante para a pesquisa é que o tratamento deveria ser iniciado em até três dias, após o aparecimento dos primeiros sintomas da Covid-19.
Isso porque o tratamento precoce tem mais chances de impedir que a infecção se prolifere no organismo, de forma incontrolável.