Tecnologias para a viabilização e sustentabilidade dos vinhedos em áreas de renovação na região sul do Brasil

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Na Região Sul do Brasil a renovação de vinhedos tem sido dificultada pela pouca disponibilidade de novas áreas para plantio, à implantação do novo Código Florestal e ao elevado valor das terras.
Em muitos casos, o replantio da videira em áreas anteriormente ocupadas por esta cultura tem se revelado um grande desafio pela ocorrência das chamadas “doenças de áreas de replantio” ou “desordens do replantio”, acarretando em grande declínio e morte de plantas, que resulta em aumento do custo de implantação e, até mesmo, inviabilidade dos novos plantios.  Um conjunto de fatores contribui para esses problemas, entre os quais destacam-se o excesso de cobre nos solos resultante de décadas de fungicidas à base desse elemento químico; adubações desequilibradas; utilização de material vegetativo de baixa qualidade sanitária; acúmulo de patógenos e pragas da videira no solo; utilização excessiva de herbicidas e má drenagem da área. Com a utilização de tecnologias integradoras, esse projeto busca estabelecer novos vinhedos produtivos em áreas de replantio de pequenos produtores da Região Sul do Brasil.

A partir da seleção de áreas de replantio de vinhedos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que apresentam grandes problemas de desenvolvimento das plantas, serão implantados experimentos visando a correção de desequilíbrios contidos no solo, como a alta incidência de fungos e nematoides causadores de doenças, e a utilização de material vegetativo de alta qualidade. Os vinhedos implantados serão acompanhados e os resultados quantificados ao longo de três anos. Estudos paralelos serão conduzidos para avaliar populações de micro-organismos benéficos e de ácaros que controlam fungos e outras pragas presentes no solo. Cada área de replantio será alvo de diversas ações, que serão acompanhadas por pesquisadores de várias áreas do conhecimento.  Anualmente, serão realizadas reuniões com técnicos e produtores para a transferência imediata dos resultados gerados. Em termos estruturais, o projeto conta com uma rede de instituições de pesquisa, ensino e extensão, composta pela Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Clima Temperado, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade do Pampa Gaúcho, PROTERRA, Emater-RS e Emater-PR.  Ao final do projeto, o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Lucas da Ressurreiçao Garrido, acredita disponibilizar uma série de conhecimentos, tecnologias, práticas e processos que, se adotados de forma integrada, permitirão a recuperação ou a regeneração do solo, a fim de suportar a exploração da atividade vitícola de forma sustentável. Artigo: Lucas da Ressurreiçao Garrido, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho