Tarefas domésticas: apesar do aumento da contribuição masculina mulheres ainda trabalham o dobro em casa

2015-04-10_190211

Nos últimos três anos, houve um crescimento da participação masculina no trabalho doméstico, porém, as mulheres continuam sendo maioria e dedicam mais horas mesmo em situações ocupacionais idênticas a dos homens

 

Segundo o IBGE entre os homens que moram sozinhos, 92,7% cozinham e lavam louça. Mas, entre os casados, a taxa desaba. Apenas 58,4% se dedicam a essas atividades. Fazer faxina também é para solteiros. Quando estão nessa condição, 88,6% deles limpam a casa e lavam roupa. Quando moram com alguém, essa taxa cai para 49,5%.
Pelo levantamento do IBGE as mulheres, não há muita diferença. Pelo contrário, quando casam, mais delas se dedicam a cozinhar, lavar, passar, faxinar. Por exemplo, entre as mulheres que moram sozinhas, 97,1% cozinham e lavam louça. Quando casam, a parcela sobe para 97,6%. O mesmo acontece na limpeza da casa: 92,3% entre as solteiras e 93,4%. Essa proporção é para aquelas mulheres que são responsáveis pela casa. Quando ela está na condição de cônjuge, são 97,9% que cozinham e 94,4% que lavam a roupa. É outra forma de vez a desigual divisão do trabalho doméstico no Brasil.

 

Dividir as tarefas do lar podem melhorar o relacionamento em muito aspectos

As mulheres dedicaram, em média, 21,3 horas por semana com afazeres domésticos e cuidado de pessoas em 2018, quase o dobro do que os homens gastaram com as mesmas tarefas – 10,9 horas.
A situação no mercado de trabalho também pouco impactava na jornada doméstica feminina. Mesmo trabalhando fora, a mulher cumpria 8,2 horas a mais em obrigações domésticas que o homem também ocupado. A diferença era ainda maior entre homens e mulheres não ocupados. Nessa condição, elas trabalhavam 11,8 horas a mais que eles.
Das sete atividades pesquisadas em afazeres domésticos, a mulher foi maioria em seis. Cozinhar foi a tarefa com a maior diferença entre os sexos, com incidência de 95,5% entre as mulheres e 60,8% entre os homens. A presença masculina foi maior apenas em “fazer pequenos reparos no domicílio” – 59,2% entre eles e 30,6% entre elas.
Segundo a pesquisa, estima-se que 87% da população com 14 anos ou mais realizaram afazeres domésticos e/ou cuidado de moradores ou de parentes em 2018, o que representa 147,5 milhões de pessoas. Essa incidência era maior entre as mulheres, 93%, do que entre os homens, 80,4%.
A participação dos homens nas atividades domésticas é mais seletiva. Fazer compras e pesquisar preços de bens é a atividade que mais concentra homens: são 72% nesse trabalho, parcela que cai para 54% quando se trata de limpar a casa e cuidar das roupas e sapatos. Nessas duas funções, há mais mulheres. Entre elas, 77,1% fazem compras e 90,9% limpam a casa e cuidam das roupas.
Quando o serviço é cozinhar e lavar a louça, a distância também é significativa: 95,5% das mulheres se ocupam dessas atividades, contra 60,8% dos homens. São 78,2 milhões de mulheres na cozinha, contra 38,2 milhões de homens, mais que o dobro de trabalho feminino.
“As atividades em que as diferenças entre homens e mulheres são maiores são as duas primeiras, que podem ser sintetizadas em cozinhar (34,7 pontos percentuais) e lavar roupas e calçados (36,9 pontos percentuais) e, em menor medida, a atividade de limpeza do domicílio (13,9 pontos percentuais)
Eles só são mais presentes nos pequenos reparos e manutenção de carro e eletrodomésticos, atividades mais esporádicas do que cozinhar e lavar louça. Entre eles, 59,2% fazem esse trabalho contra 46,9% das mulheres.

Mulheres ainda trabalham o dobro dos homens nos afazeres domésticos

Com filhos, companhia e brincadeiras
O cuidado dos filhos, têm mais pais brincando e fazendo companhia do que dando banho, comida e ajudando no dever de casa, constatou pesquisa do IBGE. Enquanto as mães se ocupam mais exatamente das tarefas onde a presença masculina é menor: 85,6% delas auxiliam nos cuidados pessoais e 72% ajudam nas atividades escolares. Enquanto entre os homens, essas parcelas caem para 67% e 60,7%, respectivamente.
Até mesmo nas tarefas mais lúdicas, a presença da mulher é maior. Na hora de brincar, 77% das mulheres fazem a atividade, contra 73,7%. Fazer companhia também é constante entre as elas. São 91,6% contra 87,9% dos homens.