Tacchini: Falta de medicamentos e suspensão de cirurgias oncológicas

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Direção do hospital revela situação crítica de estoques e dificuldade de reposição

Se não bastasse a condição pandêmica que estamos enfrentado, a falta de medicamentos importantes, para pacientes graves, vem assombrando as equipes do Hospital Tacchini. De forma a amenizar a situação, o hospital tem procurado alternativas como estudos de importações de medicamentos e também negociações com outros hospitais. Neste cenário de restrições, fez com que o hospital suspendesse cirurgias oncológicas em função da falta de medicamentos e sobrecarga hospitalar.
As informações foram repassadas em entrevista coletiva virtual realizada, na tarde desta quinta-feira (25), com participação do superintendente do Tacchini Sistema de Saúde, Hilton Mancio e da diretora da divisão hospitalar do Tacchini Sistema de Saúde, Roberta Pozza.

Medicamentos
Conforme Roberta Pozza, o medicamento principal que está e falta é um bloqueador neuromuscular, utilizado para evitar qualquer estímulo em pacientes graves, entubados. Ela revelou ainda que a situação tem se agravado também pelo perfil dos pacientes. “O hospital está atendendo atualmente diversos pacientes acima de 100 quilos, os quais precisam de quantitativos maiores de medicação. Essa droga que faltou hoje, em 2019 consumimos 200 ampolas por mês. Neste mês de março foram 32 mil ampolas”, informa Roberta.
Sobre a situação dos estoques para os próximos dias, os diretores do Tacchini afirmam que ainda há outros remédios que podem ser utilizados para substituir esse que já está em falta, mas que ainda não tem informações sobre a quantidade que será recebida nos próximos dias.
Conforme o superintendente do hospital, Hilton Mancio, o problema não é a falta de recursos, e sim a falta de disponibilidade para compra. “Hoje terminamos com a droga que é a primeira escolha de tratameto de pacientes em estado crítico”, lamenta.

Cirurgias oncológicas suspensas
Devido a situação imposta, a instituição de saúde optou pelo cancelamento das cirurgias oncológicas por tempo indeterminado. “É triste ver o desespero dos pacientes e das famílias, mas não temos medicamentos suficientes para fazer as cirurgias e tratar os pacientes”, afirmou Mancio.
Agora, o hospital aguarda a chegada de novos medicamentos do Ministério da Saúde e afirma que está buscando alternativas para garantir a aquisição por meio de importações, tendo em vista que os principais fornecedores não estão comercializando as drogas necessárias.
Mesmo assim, a expectativa é que não seja possível retomar o processo cirúrgico na semana que vem. “Isso envolve muitas variáveis. Se nós tivermos redução de internações nos próximos dias, isso vai reduzir nosso consumo e alongar nossos estoques por mais alguns dias. Mas nos próximos dias temos algumas drogas que deverão chegar no seu limite também”, alerta Mancio.
O superintendente do hospital afirmou que, nesta sexta-feira (26), aguarda confirmação para importação de medicamentos que deverá desembarcar em, no máximo, 20 dias. “A suspensão das cirurgias não significa que o paciente oncológico não seja prioridade. Nós fomos afetados por uma variável externa. Queremos agilizar o mais rápido possível”, disse.