Supermercados gaúchos esperam crescimento de 3,5% nas vendas de Natal e Ano-Novo

2015-04-10_190211

18% dos gaúchos pretendem comprar presentes nas lojas do setor

O setor supermercadista gaúcho está projetando um crescimento pequeno de vendas de Natal e Ano-Novo, em um percentual de 3,5%. Está taxa está relacionada ao cenário de lenta recuperação da economia. O crescimento de vendas é puxado sobretudo pela comercialização de produtos típicos para as festas de fim de ano nos dias imediatamente anteriores aos dois eventos – as tradicionais vendas de última hora.
O levantamento é Instituto Segmento Pesquisas a pedido da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que ouviu 20 supermercadistas e 200 consumidores de ambos os sexos e de diferentes classes sociais e faixas etárias em todo o Rio Grande do Sul. A pesquisa, que indica uma pequena retomada do crescimento de vendas para o setor, aponta ainda que os preços de produtos típicos para as festas estão em média 1,6% mais caros que no ano passado, índice abaixo da inflação brasileira no período.
Segundo o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, a pesquisa mostra um cenário de otimismo dos supermercadistas.
“O crescimento físico das vendas será maior que o crescimento financeiro, mostrando que o consumidor está muito atento aos preços, e ao mesmo tempo buscando incrementar a sua ceia. Nossos indicadores mostram que o gaúcho dá importância semelhante o Natal e ao Ano-Novo, mas as vendas certamente vão se concentrar majoritariamente na última hora”, antecipa o dirigente. De acordo com ele, 80% dos supermercadistas ouvidos pelo Instituto Segmento vão fazer algum tipo de promoção no período de festas.

Comodidade e  conveniência são trunfos do setor
Assim como nos últimos anos, a pesquisa do Instituto Segmento mostra que o consumidor gaúcho aposta no supermercado como local prioritário para adquirir itens para as festas. Com relação à compra de alimentos e bebidas para as festas, 92,3% dos gaúchos preferem adquirir estes itens em lojas de supermercados.
O estudo da Segmento mostra ainda que as famílias gaúchas vão gastar em média R$ 451,38 em alimentos para as festas. Segundo estimativas da Agas, o setor supermercadista gaúcho vai absorver cerca de R$ 2,6 bilhões dos cerca de R$ 13 bilhões (ou 20%) a serem injetados na economia gaúcha pelo 13º salário. Somente as aves, os brinquedos e as carnes suínas tiveram aumento de preços superior a 3% em relação a 2016. Na ceia natalina, o produto apontado pelos gaúchos como aquele que não pode faltar é o peru/chester, enquanto no Réveillon a lentilha retomou a liderança que havia perdido para o espumante em 2016, embora seja uma disputa acirrada (tabela 1).

O crescimento dos produtos mais tradicionais
Indispensável nas comemorações do Ano-Novo, a venda de espumantes terá crescimento de 3,1%, com a comercialização de 5 milhões de garrafas – 95% delas produzidas na Serra Gaúcha. Os panetones devem ter crescimento de 3,5%, e a expectativa é de venda de cerca de 4 milhões de unidades. A comercialização de panetones industrializados novamente será bem maior que a de produtos artesanais, em função dos altos custos de produção com mão de obra e energia. A crescente concorrência no segmento de aves beneficiará os consumidores na compra, já que terão diversas opções de marcas, temperos e preços. Ao todo, 850 mil aves (2,7 mil toneladas) serão comercializadas pelo setor (tabela 3).
Com relação ao local preferido para a compra de presentes, os supermercados aparecem em quarto lugar na predileção dos consumidores, atrás de shoppings, lojas de departamentos e lojas de roupas. Ao todo, 18% dos gaúchos pretendem comprar presentes nas lojas do setor.

Consumidores querem pagar à vista
O receio do endividamento pode ser mensurado pela forma com que os gaúchos pretendem efetuar suas compras de fim de ano. De acordo com o Instituto Segmento, os pagamentos à vista mais uma vez serão majoritários, a exemplo do ano passado, com 55,5% que preferem comprar à vista diante de 44,5% à prazo.

Representatividade das festas
A pesquisa do Instituto Segmento mostra que, neste ano, os produtos típicos de Natal e Ano-Novo vão representar em média 15,5% das vendas do setor em dezembro.

Vagas temporárias
A abertura de postos de trabalho em 2017 será semelhante ao mesmo período do ano passado. O Instituto Segmento apurou que 30% dos supermercadistas ouvidos indicaram que farão contratações de temporários para o período de fim de ano. Ao todo, serão criadas 3 mil vagas de trabalho temporário no setor para o período de Natal, Ano-Novo e veraneio.

Entraves para o crescimento
Perguntados sobre as maiores dificuldades para que o setor cresça, os empresários do ramo de autosserviço apontaram a carga tributária/ impostos altos (50%) como o principal entrave do setor. Manter os preços abaixo da concorrência (15%) é o segundo problema mais apontado pelos supermercadistas.