Sindicato dos Trabalhadores Rurais vai às comunidades ouvir as demandas dos agricultores

2015-04-10_190211

Próxima reunião acontece nesta terça-feira no 15 da Graciema, no Vale dos Vinhedos

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais tem realizado desde o final de outubro reuniões com moradores do interior para discutir as demandas dos produtores. Intitulado “O sindicato na sua comunidade”, o programa já passou em Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Pinto Bandeira e nos distritos de Bento Gonçalves, continuando o ciclo nesta terça-feira (05), no Vale dos Vinhedos.
Segundo o presidente do sindicato, Cedenir Postal, a ideia surgiu no início do seu mandato, em junho. “Começamos conversando sobre a realidade do nosso interior, para ver como as pessoas estão se sentindo ali. Debatemos assuntos como infraestrutura, atendimentos na saúde, estradas, internet, energia elétrica, safra da uva, serviços oferecidos pelo sindicato, entre outros”, relata.

Energia Elétrica
De acordo com Postal, um dos grandes problemas constatado é em relação à energia elétrica. “A energia elétrica é um problema muito sério no nosso interior. É muito difícil que alguém não tenha acesso à energia elétrica, mas não é de qualidade. Por exemplo, quando falta é por longos períodos, chegando ficar até cinco dias com interrupção do serviço”, observa.
“Às vezes acontece de ter um imprevisto, um temporal, tudo bem. Mas o problema é o tempo sem energia”, lamenta. Conforme o presidente, os locais com mais queixas desse tipo são Eulália e na beira do Rio das Antas.

Internet
O representante do sindicato salienta que a internet chega ao interior através de algumas empresas. No entanto, o serviço não alcança todas as localidaes. “O poder público faz muito pouco sobre isso. Eu não vejo programa público para melhorar a questão”, comenta.

Estradas
Postal diz que alguns agricultores comentam que algumas estradas estão sendo arrumadas. Ele também classifica como excelentes as vias de Monte Belo do Sul, Santa Tereza e Pinto Bandeira. “O mais complicado é o interior de Bento Gonçalves. Os produtores dizem que algumas estão sendo arrumadas, mas a safra já começou.
Tem um senhor que conversei que mora na cidade, mas tem terras em Santa Lucia, no Vale Aurora. Ele disse que não consegue trazer uva pra vender porque a camionete passa por estradas muito esburacadas”, pontua.
O sindicato, segundo o presidente, está levantando todas as demandas e em relação às estradas, pretende fazer uma carta oficial para cobrar da prefeitura uma solução. “Dizem que com a Operação Vindima, as estradas receberão melhorias. Eu espero que isso aconteça. É importante não só para a safra, como para todo o ano. Há transporte escolar, as pessoas precisam sair de casa. Tem muita circulação de veículos no interior”, registra.

Partcipação nas reuniões
De acordo com Postal, a iniciativa foi bem positiva e os moradores têm participado ativamente das reuniões. Ele lamente sobre boatos de que pessoas ligadas à outra chapa que concorreu à eleição- e perdeu-estariam ligando para os agricultores sugerindo que eles não participem do “O Sindicato na sua comunidade”.
“Alguns agricultores vieram me dizer isso. Não sei porquê motivo. Na minha opinião, são pessoas que não sabem o momento de ganhar e de perder. Faz parte do processo democrático de qualquer lugar. Tem que seguir em frente. Em um momento vai ser esta equipe aqui que vai sair. Em primeiro lugar eu vejo a entidade, e não a minha pessoa. A entidade sindicato continua, independente de quem esta à frente”, explica.

Quase seis meses como presidente
Postal avalia os seis meses como presidente no sindicato, desde que ganhou a eleição no final de junho. “A grande maioria dos sindicalizados gostou das mudanças, da nova equipe. Realizamos uma economia no jurídico.
Antes era uma pessoa que era funcionária do sindicato, com carteira assinada. Agora a gente tem um contrato de prestação de serviços, que está economizando um valor significativo. O que a gente gastou para a demissão para o antigo jurídico, em um ano e meio recuperaremos o valor”, conta.
Ele ainda falou sobre o horário em programa de rádio. “Antes o sindicato tinha um patrocinador do horário, mas em contrapartida patrocinava outro programa na mesma rádio, em um valor significativo. Agora trocamos de emissora. O programa é feito e pago pelos patrocinadores. Temos outras prioridades financeiras”, analisa.
“A gente está procurando fazer o melhor. Foi uma experiência nova nossa no sindicato, antes praticamente eu tinha trabalhado só na roça. Tive a experiência de estar na associação de alimentação escolar por seis, sete anos. Mas era diferente, a gente coordenava um grupo que fornecia para a merenda escolar.
Aqui foi um desafio novo, que estamos enfrentando com transparência, honestidade e muito trabalho. O principal é a honestidade, fazer as coisas corretas, eu aprendi com meus pais, ensino aos meus filhos e levo isso para a vida”, conclui.