Sentir fome realmente altera o humor, indica estudo

2015-04-10_190211
Furious little boy waiting for dinner. Holding a spoon and fork in the hand

A pesquisa só confirmou o que quase todo mundo já sentiu na pele. Ficar com fome deixa as pessoas extremamente mal humoradas, principalmente, os homens. As quedas no nível de glicose no sangue afetar o humor e provocar comportamentos agressivos

Você é aquele tipo de pessoa que quando está com fome fica extremamente irritada e não quer olhar na cara de ninguém? A ciência pode explicar esse comportamento que tornam alguns indivíduos insuportáveis. Segundo pesquisadores, uma queda súbita nos níveis de glicose no sangue pode afetar o humor de forma prolongada.
O estudo, publicado na revista Psychopharmacology, mostrou que o stress não está apenas associado a fatores psicológicos, mas também metabólicos. A análise, realizada através da observação comportamental de camundongos com hipoglicemia induzida, ainda revelou que o controle nutricional deve ser analisado ao prescrever tratamentos para distúrbios psicológicos (depressão e ansiedade).

Sentir fome é estressante
Para avaliar o impacto da hipoglicemia no comportamento, os pesquisadores injetaram bloqueadores de metabolismo da glicose em camundongos, induzindo uma queda dos níveis da substância. Em seguida, os animais foram colocados em uma câmara. Na análise de controle, os mesmos animais receberam uma injeção de água e foram postos em uma câmara diferente da primeira.
Depois de passar pelas duas experiências, os animais foram posicionados de uma maneira que poderiam escolher em qual câmara entrar. Eles evitaram o ambiente onde experimentaram a hipoglicemia. “Esse tipo de comportamento evasivo é uma expressão de stress e ansiedade. Os animais estavam evitando a câmara porque tiveram uma experiência estressante lá e não queriam experimentá-la novamente”, explicou Francesco Leri, da Universidade de Guelph, no Canadá, ao EurekAlert.
Os cientistas também notaram que os animais pareciam mais lentos quando receberam o bloqueador do metabolismo da glicose. Segundo Leri, essa é uma reação comum à hipoglicemia, já que os músculos precisam da glicose para funcionar. No entanto, quando os camundongos foram medicados com antidepressivo, a lentidão não foi observada. Ou seja, mesmo sem a glicose, os animais se moveram, refutando a justificativa inicial.
Exames de sangue feitos depois que os camundongos experimentaram a hipoglicemia mostraram que os níveis de corticosterona, hormônio da classe dos glicocorticoides relacionado à resposta ao stress, estavam mais altos. Isso indica que stress e humor depressivo são respostas fisiológicas ao baixos níveis de glicose no sangue, que pode ser induzido pela fome.

Ansiedade e depressão
De acordo com Thomas Horman, principal autor do estudo, as descobertas podem influenciar na abordagem terapêutica da ansiedade e depressão, pois os fatores que levam alguém a desenvolver essas doenças variam e a alimentação pode ser um deles. Baseados nos resultados do estudo, os pesquisadores acreditam que novos hábitos alimentares podem ser associados ao tratamento para aumentar sua eficiência. Além disso, a equipe pretende determinar se episódios constantes de hipoglicemia – provocados, muitas vezes, por pular refeições – podem se tornar fator de risco para comportamentos semelhantes à depressão.
Horman acredita que mau humor e má alimentação podem se tornar um círculo vicioso, pois quando um indivíduo não come corretamente pode experimentar variações de humor capazes de interferir no apetite. “Se alguém está frequentemente pulando refeições e experimentando este stress, a reação do organismo pode interferir no estado emocional de forma constante”, alertou.

Comportamento extremo
Outra pesquisa, publicada em junho no periódico Emotion, já tinha mostrado que a fome afeta o humor e pode gerar comportamentos agressivos e impulsivos em seres humanos. Através de uma série de experimentos, a equipe descobriu que quando pessoas que não estão em sintonia com emoções positivas e passam por situações estressantes durante o período de fome, o comportamento pode se tornar mais extremo do que normalmente seria. “Os indivíduos em nossos estudos eram mais propensos a sentir intensa negatividade em geral quando estavam com fome e algo de ruim acontecia, sugerindo que sentir fome pode aumentar o número de emoções negativas como raiva, stress ou repulsa”, explicou Kristen Lindquist, coautora do estudo, à Time Health. Segundo a pesquisadora, estudos sobre a conexão entre a fome e o humor podem ajudar as pessoas a descobrirem os próprios limites, tornando-as capazes de determinar quando a fome está em um nível normal e quando pode afetar emoções e gerar comportamentos exagerados.
Alguns dos participantes, por exemplo, conseguiram evitar sentimentos negativos quando estavam mais sintonizados com emoções positivas, o que evitou a irritação em situações de stress, mesmo de estômago vazio. Isso indica que uma pessoa mais consciente de seu estado emocional pode ter maior chance de evitar respostas agressivas provocadas pela fome.

Como a fome afeta o humor

Sim, embora pareça difícil de acreditar, há uma razão fisiológica pela qual algumas pessoas ficam irritadas quando estão com fome.
Quando, por um tempo, não comemos comida, os níveis de glicose no sangue diminuem. Essa queda no açúcar leva à liberação de hormônios como o cortisol, um dos hormônios do estresse e a adrenalina, responsáveis por nos ativar em situações de luta ou fuga. Esses hormônios tornam-se parte da corrente sanguínea para reequilibrar a falta de açúcar no sangue.
Devemos ter em mente que o cortisol pode causar agressividade em algumas pessoas. Além disso, o nível de açúcar no sangue, se baixo, pode interferir nas funções cerebrais mais altas, como aquelas que nos ajudam a controlar impulsos e regular comportamentos primitivos. Realmente há uma explicação médica para esse comportamento, apoiada por uma reação bioquímica desencadeada pelo baixo nível de açúcar no sangue.

Quando a fome é um problema
Estar com fome não é necessariamente uma coisa ruim; no entanto, se esses episódios geralmente são muito recorrentes, às vezes é tão simples quanto tomar medidas para evitá-lo ou controlá-lo.
Para fazer isso, faça várias pequenas refeições durante o dia, evitando junk food, que pode levar ao excesso de açúcar. Os alimentos ricos em nutrientes e fibras são os melhores, pois a manterão saciada por muito mais tempo. Como sempre, não se esqueça dos exercícios, além de descanso e hidratação adequados. Se, depois disso, você ainda perceber que tem um problema, não hesite em procurar um médico especialista.

Outras consequências de ter muita fome
Embora, nesta ocasião tenhamos explicado como a fome pode nos tornar mais suscetíveis a estímulos negativos e, consequentemente, adotado uma atitude agressiva ou defensiva, não fornecer comida suficiente ao corpo também traz outras consequências como fadiga, sonolência, dificuldade de concentração, má coordenação e suscetibilidade de cometer erros.
Então você sabe, cuide do seu corpo por dentro, alimentando-o de maneira equilibrada. Você e quem conviver com você vai agradecer.

O que comer para ser feliz

Somos o que comemos! E tudo que ingerimos desencadeia uma série de reações químicas. Uma alimentação equilibrada, a base de frutas e grãos, ajuda a combater os sintomas da depressão. E o consumo de carnes vermelhas e alimentos industrializados favorecem a aparição dos mesmos. A comida industrializada carece de magnésio, vitaminas e outras propriedades que ajudam a criar neurotransmissores que nos dão ânimo e bom humor!

Grãos
É um dos alimentos de consumo diário! Lentilha, grão de bico, feijão! Esses alimentos são fonte de magnésio, um mineral essencial para produzir energia. Em quantidades equilibradas e aliados à prática de esportes mos ajudam a estimular a produção de serotonina, a substância que nos dá a sensação de prazer.

Alimentos baixos em gordura
0%, low fat, baixos em calorias. Esses alimentos não contém gorduras, mas sim grande quantidades de sódio e muitas vezes, açúcar, que se consumido em excesso ,ralentiza o nosso sistema neurológico podendo nos levar à depressão.

Sardinhas
Ricas em Ômega 3 e de sabor delicioso, este peixinho pequenino possui muitos nutrientes que favorecem o nosso humor. Contém vitamina B12, que ajuda a produzir serotonina!

Mel
O mel é um ótimo substituto do açúcar, contém quercitina, um nutriente que reduz a inflamação do cérebro e ajuda a prevenir a depressão. Tem pouquíssima gordura e é ótimo para ser consumido quando estamos sem ânimo e com vontade de comer algo doce. Uma guloseima pra lá de saudável!

Castanhas e nozes
Se consumidas com moderação são ótimas para a liberação de serotonina: 3 castanhas no café da manhã e pronto: essa dose já vai nos ajudará a passar um dia feliz!

Chocolate meio amargo
A versão mais pura do chocolate. A partir de 50% de cacau o chocolate contribui para manter o sistema cardiovascular em forma. Um pedaço de 30 gramas de chocolate meio amargo ao dia pode SIM, te ajudar a ser mais feliz e satisfeito.

Coco
O coco fresco e natural contém triglicérides que beneficiam a saúde cerebral.