Semana de chuva intensa na Serra Gaúcha

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Previsão é de mais de 90 mm de chuva para essa semana

Diversas áreas de instabilidade vão se espalhar pela Região Sul ao longo desta primeira semana de primavera. A previsão da Climatempo indica um risco alto para pancadas de chuva forte, muitos raios e ventania nos próximos dias. A semana será de muita chuva na Serra Gaúcha, com uma previsão de pelo menos 90 mm até sexta-feira, dia 28, em Bento Gonçalves.
O domingo já foi marcado pela chuva abrangente e intensa no estado do Rio Grande do Sul. Destaque para a cidade de Canguçu (RS), no sul gaúcho, que só pela manhã já havia registrado cerca de 25mm de chuva, segundo o Inmet.
As rajadas de vento passaram dos 100 km/h, também por informações do Instituto Nacional de Meteorologia.
109 km/h em Canguçu
103 km/h em Mostardas
96 km/h em Jaguarão
88 km/h em Santana do Livramento
83 km/h em Rio Grande
74 km/h em Tramandaí
Em Porto Alegre, o aeroporto Salgado Filho registrou 81 km/h às 04h da manhã.
Isso é resultado de dois sistemas que atuam sobre a região, uma frente fria em alto mar que favorece o transporte de nuvens carregadas e um sistema de baixa pressão atmosférica no sul da Bolívia que também auxilia na formação da nebulosidade.

Alerta para os próximos dias
A semana seguirá com tempo instável sobre a Região Sul do país. A frente fria que atuou no domingo, começou a se afastar nesta segunda-feira,24, só que outros sistemas seguem organizando a nebulosidade e favorecendo a formação de chuva nos próximos dias.
A intensidade das pancadas e das rajadas de vento podem provocar alagamentos e quedas de árvores pelo menos até esta quarta-feira, dia 26. Como a chuva persiste até o fim da semana, mesmo que variando de intensidade, o risco para deslizamentos de terra também se eleva.

Prognóstico da primavera
A primavera começou no Brasil às 22h53 de sábado, dia 22, e está prevista para terminar em 21 de dezembro. A estação pode ser marcada pela ocorrência do fenômeno climático El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas da superfície do oceano pacífico. Se confirmado, provavelmente, terá de curta duração e intensidade baixa ou moderada.
“A maioria dos modelos dinâmicos e estatísticos, gerados pelos principais centros internacionais de Meteorologia, indicam uma probabilidade superior a 60% que se desenvolva um novo episódio de El Niño, durante o final da primavera/2018 e início do verão de 2019”, disse em prognóstico o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
O Instituto disse ainda esperar por atualizações futuras sobre o progresso do El Niño. “Existem outros fatores, como a temperatura na superfície do oceano Atlântico Tropical e na área oceânica próxima à costa do Uruguai e da Região Sul, que poderão influenciar o regime de chuvas no Brasil, dependendo da combinação destes fatores durante esta estação”.
Em 2015, por exemplo, um grande evento de El Niño prejudicou as produções de cacau, chá e café em toda a Ásia e África, além de favorecer incêndios florestais em Singapura e inaugurou o inverno mais quente já registrado nos Estados Unidos, sufocando a demanda de gás natural no país.
Climatologicamente, segundo o Inmet, a primavera é caracterizada por ser um período de transição entre as estações seca e chuvosa no setor central do Brasil. “Há o início da convergência de umidade, que define a qualidade do período chuvoso sobre as regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como a parte centro-sul da Região Norte”, explicou.
Durante a estação, são esperados acumulados de menos de 100 milímetros no norte da Região Nordeste. Mais chuvas são esperadas no Sudeste, Centro-Oeste, Acre e Rondônia com a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). No Sul, são previstas chuvas fortes, rajadas de vento, descargas atmosféricas e eventual granizo com Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM).

Estação chuvosa no Sul
Durante os meses de inverno, os maiores volumes de chuva ocorreram no centro-leste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina. Logo nos primeiros dias de junho, deu-se o início da temporada de temperaturas abaixo de zero grau. A atuação das massas de ar frio ao longo do trimestre junho-julho-agosto, causaram queda na temperatura e formação de geadas, com intensidade variando de moderada a forte, em áreas serranas e planalto. Destaca-se que durante a primeira semana de julho e também de agosto, houve registro de neve na serra catarinense. De modo geral, o inverno seguiu um comportamento típico da estação.
O indicativo de um possível retorno do evento El Niño durante esta primavera, aliado a um aumento da temperatura no oceano Atlântico sobre a costa da Argentina e sul do Brasil, contribuem para o aumento das precipitações em grande parte da Região Sul. Portanto, o prognóstico da Primavera indica que as chuvas deverão ficar acima da faixa normal nos três estados da região, enquanto que as temperaturas médias devem predominar dentro da normalidade no Rio Grande do Sul e acima da média no restante dos estados.