Seis escolas estaduais se preparam para voltar a receber os alunos do ensino médio

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Ainda sem alunos, escolas reabrem para o cumprimento do plano de contingência estabelecidos pelos COEs, a fim de tornar os ambientes seguros para a futura retomada das aulas. A expectativa da 16ª CRE é que retornem dia 21, apenas 20% dos 3 mil alunos do ensino médio

As seis escolas estaduais que atendem ensino médio em Bento Gonçalves, retomaram as atividades presenciais de professores e funcionários na última segunda-feira, 5. Dentre elas estão: o Colégio Estadual Visconde de Bom Retiro, o Instituto Estadual de Educação Cecília Meireles, a Escola Estadual de Ensino Médio Imaculada Conceição, o Colégio Estadual Dona Isabel, a Escola Estadual de Ensino Médio Mestre Santa Bárbara e a Escola Estadual Landell de Moura.

COEs
O período que iniciou nesta semana, e que segue até a volta dos alunos para as salas de aula, serve para que todos os preparativos internos estejam de acordo com as medidas de sanitização propostas pelo estado e pelos COEs, que são os comitês operacionais de segurança, formados pela secretaria de educação e saúde, juntamente com as coordenações e escolas.
As três instâncias dos COEs, estadual, municipal e dentro de cada escola, estão trabalhando juntas para a preparação dos espaços físicos, capacitação de professores e funcionários, além da liberação de equipamentos de proteção individual, produtos e aparelhos distribuídos pelo espaço físico da escola.

Sanitização
Poderá haver, inclusive, a contratação de empresas que fazem a sanitização por meio de soluções desinfetante e pulverizadores, sendo uma alternativa de desinfecção para ambientes que dura 15 dias. Segundo o coordenador geral da 16ª Coordenadoria Regional de Educação de Bento Gonçalves, Alexandre Misturini, cada escola recebe uma verba de até R$2.000, dependendo da escala e quantidade de alunos, para a compra de EPIs, destinadas aos professores e funcionários, para este período que antecede as aulas.
Além disso, cada escola contará com 4 termômetros, e produtos de limpeza como sabonete e álcool líquidos, água sanitária, papel toalha, tapetes sanitizastes, suportes para álcool em gel, lixeiras com pedaleira, dentre outros materiais dentro do setor de higiene, estão sendo distribuídos por meio de licitações do município.

EPIs
Segundo a CRE, o governo do estado gastou mais de 15 milhões de reais na compra e distribuição de equipamentos de proteção individual para as escolas de todo estado.
Todos estes produtos e equipamentos são necessários para que as escolas possam cumprir o plano de contingência, proposto pelos COEs internos a cada instituição para a Secretaria de Educação.

Prazo
Até esta sexta, 9, as escolas devem estar com todos os protocolos de limpeza e distanciamento prontos. Nesta sexta-feira também, está prevista a testagem de todos os professores e funcionários. No caso de algum teste resultar positivo, a pessoa é afastada e encaminhada para a UPA, seguindo o protocolo.
Hoje, os professores se dirigem até a escola seguindo uma tabela de escalonamento, para que não hajam muitas pessoas no mesmo ambiente.

Maior escola
No Mestre Santa Bárbara, a maior escola do município, o revezamento de professores está sendo dividida de acordo com as áreas de conhecimento. Portanto, professores das áreas de humanas vão até a escola num certo dia, exatas em outro, biologia em outro, e assim por diante, seguindo a determinação interna da instituição.

Agendamento
O atendimento para com os alunos que precisam retirar materiais, ou necessitem de acompanhamento presencial, está sendo feito por agendamentos, para evitar aglomerações. Antes de irem ao encontro da instituição, os pais ou responsáveis devem assinar um termo de responsabilidade, que é entregue na escola, afirmando a ciência dos responsáveis sobre a ida e o contato seguro do filho com o professor. Este termo também é necessário tanto para o transporte escolar e para o futuro comparecimento nas aulas.

Dúvidas
Um questionamento frequente feito pelos pais nesse momento é sobre a falta de professores e funcionários. A informação confirmada pelo coordenador geral é de que escolas que tiverem um quadro de educadores ou funcionários defasado, não voltará ou interromperá as atividades.
Professores que se ausentarem em função de comorbidades e problemas de saúde, deverão apresentar o atestado médico e continuar as atividades de casa, na modalidade remota. Para os alunos que estiverem indo até a escola para a modalidade presencial, um substituto deverá ser encontrado pela escola.

Funcionários
O mesmo vale para funcionários. Um exemplo é a própria EEEM Mestre Santa Bárbara, que teve uma defasagem de funcionários, por situações que não referente ao coronavírus, e a escola está unindo esforços para a contratação de novos empregados, principalmente na área da limpeza, tão importante para a segurança de todos. Dos 69 funcionários que a escola tinha, em torno de 60 voltariam ao trabalho presencial, e a escola está buscando alternativas.

Incertezas
Mesmo com todos os esforços e a organização em conjunto com a 16ª CRE e as secretarias de educação, a volta às aulas ainda é incerta. Tudo depende do governo do estado e da decisão das bandeiras. Para o setor da educação, a que vale é a bandeira preliminar, divulgada nas sextas-feiras.
Os encontros presenciais apenas voltam quando a bandeira da região estiver amarela ou laranja por mais de duas semanas.
A cogitação no momento, está para o dia 28 de outubro, podendo novamente ser mudada. Mesmo quando a liberação for aprovada, se alguma escola, de qualquer nível escolar, não estiver de acordo com o plano de contingência, ou tiver defasagem de funcionários, ela não abrirá. A premissa é a segurança dos que frequentarem o espaço, e para isso, a organização é primordial.

Sistema online
Enquanto ainda há indagação quanto as datas, a modalidade do ensino remoto ainda está em vigor. Tanto alunos quanto professores continuam com as atividades online, por meio do sistema Tua Escola. Foi um método que pegou todos de surpresa, mas que têm se mostrado razoavelmente efetivo, dada a situação. Os professores passaram por treinamento, e mais de 70 horas de conteúdo está disponível no canal do Youtube da TV SEDUC, plataforma da Secretaria de Estado da Educação, que ensina e auxilia os professores para a aprendizagem dessa nova ferramenta.
Alexandre Misturini conta que o processo da implementação da modalidade online já era estudada para ser posta em prática, mas que o desenvolvimento e adaptação levaria entre 5 e 10 anos para ser efetiva. Com a pandemia, esse processo foi cortado para apenas alguns meses. Portanto, mesmo com contratempos e adaptações, a ferramenta está sendo benéfica.

Decisão é dos pais
Algo que o coordenador frisa é que a decisão para a criança e o adolescente voltar para a escola presencialmente, é individual e depende unicamente da família. Em pesquisas feitas pelas próprias escolas em redes sociais, a adesão pela volta presencial é muito baixa: apenas em torno de 20% dos pais permitiriam seus filhos a voltarem para a sala de aula. Em um sistema que comportaria no máximo 50% dos 3.000 alunos de ensino médio na cidade, em função das regras de distanciamento, essa é uma porcentagem ainda bastante pequena.
Isso representa a falta de segurança e incerteza que a população ainda tem quanto à pandemia. Mesmo assim, tanto professores quanto representantes da educação no município afirmam e reforçam que a segurança dentro das escolas é garantida. Em caso de qualquer anormalidade, a escola é fechada, e o sistema online volta a vigorar.