Saúde mental: Trabalhar em um emprego ruim pode ser pior do ficar desempregado

2015-04-10_190211

 

Estar desempregado pode ser muito estressante, mas as consequências psicológicas de ter um emprego mal remunerado e exigente pode ser tão ruim quanto, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Canberra, na Austrália.

Para a realização do estudo os pesquisadores analisaram um estudo feito com 7000 pessoas durante sete anos. A qualidade do trabalho foi classificada com base em quatro fatores: estresse e nível de demanda, quantidade de funcionários sob seu controle, segurança no emprego e remuneração.

Os participantes também precisaram responder um questionário sobre saúde mental que avaliou os sintomas da depressão e ansiedade, bem como emoções positivas, incluindo felicidade e calma.

Em geral, aqueles que estavam empregados apresentavam uma melhor saúde mental do que aqueles que estavam desempregados.

No entanto, quando os pesquisadores analisaram a qualidade do ambiente de trabalho foi possível perceber uma maior queda na saúde mental ao longo do tempo, em comparação àqueles que estavam desempregados.

Além disso, os pesquisadores observaram que as pessoas que estavam empregadas em um trabalho de alta qualidade viram sua nota de saúde mental subir em média três pontos. as pessoas que estavam em um emprego considerado ruim tiveram um declínio de 5,6 pontos na qualidade de sua saúde mental. A saúde desse grupo foi pior do que aqueles que permaneceram desempregados durante todo o período do estudo.

 

Outro estudo

Uma outra pesquisa realizada pela Universidade de Manchester mostra que pessoas empregadas em um local ruim pode aumentar os níveis de estresse e causar doenças.

A pesquisa foi realizada com um grupo de 1.116 pessoas entre 35 e 75 anos, todas desempregadas. Para a realização do estudo, os cientistas mediram os níveis de colesterol, proteína reativa C e pressão sanguínea.

Depois que essas pessoas arrumaram um emprego, os cientistas voltaram a medir seus indicadores e perceberam que aquelas que foram encaminhadas para um emprego ruim apresentaram níveis mais altos de inflamação, bem como indicadores de estresse do que aqueles que continuaram desempregados.