Sartori minimiza possível greve e presidente do Cpers de Bento rebate declarações

2015-04-10_190211

Assembléia dos professores acontece no dia 8 de março e irá definir greve

Março deve começar com greve na rede estadual de ensino, mas para o governador José Ivo Sartori, a medida é considerada um exagero. A declaração foi durante a vistoria das obras das cabeceiras da ponte da ERS-431, sobre o Arroio Santa Bárbara, entre Bento Gonçalves e São Valentim do Sul.
Sartori afirmou que não possui informações sobre a perspectiva de paralisação e que o governo está realizando todos os esforços no que se refere a investimentos na área da educação. Segundo ele, é aguardado equilíbrio para que a sociedade não seja prejudicada.
“Não tenho conhecimento disso. Acho que estão exagerando na dose, mas eles fazem o que acham melhor. Eu nunca vi programação dessa natureza. Nós estamos fazendo todo o esforço possível, tanto é verdade que os investimentos na educação são grandes, são fortes e eu espero consenso, equilíbrio, porque a sociedade não pode ser prejudicada”, afirma.
A declaração do governador irritou a presidenta do Cpers de Bento, professora Juçara de Fátima Borges, que considerou as palavras do governador um deboche. “Ele nunca está preocupado com nada, se interessa apenas com o grande empresariado. Exagero é o trabalhador, professor, servidor da saúde receber o salário parcelado e não a decisão de uma categoria”, ironiza.
A declaração do governador exalta ainda mais os ânimos dos trabalhadores do Estado, que, conforme Juçara acredita, a greve deve acontecer. “Ao que tudo indica acontece a greve. É triste trabalhar e no fim do mês não receber de forma justa. Estamos há mais de um ano recebendo salário parcelado e essa declaração dele não é nenhuma novidade”.
Juçara criticou ainda o fato de Bento não ser uma cidade em que a classe dos professores realiza paralisações. “Moramos numa região rica, em que o salário do professor não é o mais importante. Mesmo no outro governo que a categoria tinha 76% de reajuste, acharam que mudando o governo as coisas melhorariam”, lembra.
No período de férias o Cpers faz uma caravana pelo litoral distribuindo materiais sobre a categoria.

Decisões polêmicas
No final do último ano o governo anunciou o fechamento de 11 órgãos ligados ao executivo, nove fundações, uma companhia e uma autarquia. Foram demitidos entre 1,1 mil e 1,2 mil servidores, entre efetivos e cargos de confiança. As medidas foram fortemente criticadas pelo Cpers.
Escrito na página da entidade na última semana, o posicionamento reflete o embate que existe entre os professores e o governador. “Não houve estudos a embasar a decisão peremptória pela extinção das fundações, ou, como caberia, para otimizar seu desempenho e superar eventuais problemas. A sociedade assiste estarrecida a este ataque catastrófico, cujo resultado será o recuo das condições sociais na região, com menos potência em ciência, cultura e conhecimento técnico aplicado. O quadro real é o contrário do que justificaria este ataque: as fundações têm apresentado desempenho substantivo e fecundo, com atualidade. Não há economia orçamentária em vista, mas despesas e agravamento de nosso quadro econômico e fiscal. Engana-se quem aceita a justificativa de economia, falaciosa”, disse a nota.

Caravana pelo litoral
Na manhã de quinta-feira, 02, iniciou a Caravana do CPERS pelas praias e balneários gaúchos. A Direção Central do CPERS juntamente com os professores e funcionários do 13º Núcleo – Osório percorreram a praia de Tramandaí.
Os educadores conversaram com os veranistas e entregaram materiais informativos alertando a população quanto as consequências dos ataques dos governos Sartori e Temer, ambos do PMDB, que insistem em implantar políticas de privatizações, o desmonte do serviço público e a retirada de direitos sociais e trabalhistas. Os veranistas também foram informados sobre a Assembleia Geral da categoria, que ocorrerá dia 08 de março com o intuito de decretar greve dos educadores para barrar os ataques desses governos aos direitos dos professores, funcionários de escola e toda população.
Os veranistas receberam bem a proposta pelo CPERS e pediram mais explicações sobre o assunto.
Nesta sexta-feira, dia 03 a Caravana esteve desde cedo em Torres (Núcleo de Osório). No dia 4 a atividade ocorreu em Nova Palma (Núcleo de Santa Maria), Praia das Areias Brancas, em Rosário do Sul (Núcleo Santana do Livramento). No domingo, dia 05, foi a vez do Núcleo de Cachoeira do Sul passar pela Praia Nova.