Salário mínimo terá maior dos últimos anos, mas sem ganho real

2015-04-10_190211

O valor chegará a R$ 1.177 no próximo ano

Com a inflação em alta e próxima de 7%, o salário mínimo em 2022 terá o maior reajuste desde 2016. Naquele ano, a correção foi de 11,6%. O aumento, entretanto, não prevê ganhos reais para os trabalhadores. Isso quer dizer que essa alta não compensa a perda que o mínimo teve com a inflação. O poder de compra continuará igual, sem conseguir comprar coisas a mais. Se o preço de alguns produtos subir muito, vai comprar menos ainda, mesmo com o valor reajustado.
Além disso, esse reajuste só é concedido porque a Constituição determina uma revisão periódica para preservar o poder de compra dos assalariados. Se a inflação de 7% se confirmar, o valor do mínimo chegará a R$ 1.177 no próximo ano.
O governo tem de enviar ao Congresso, até 31 de agosto, o Ploa (Projeto de Lei Orçamentária Anual) e apresentar a segunda estimativa de reajuste do salário mínimo. A primeira, enviada ao Legislativo com o PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), projetava alta de 4,3%, passando dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.147.
A última projeção oficial divulgada em 14 de julho pelo governo para um reajuste do salário mínimo é de 6,2%. Com isso, o valor chegaria a R$ 1.168,20. Com as projeções mais próximas de 7%, iria a R$ 1.177.
Neste ano, o governo Bolsonaro reajustou o salário mínimo abaixo da inflação. Em 1º de janeiro de 2021, o mínimo subiu de R$ 1.045 para 1.100. Mas para dar conta da inflação acumulada no ano passado, o salário mínimo deveria ser R$ 2 maior e ter chegado a R$ 1.102, respeitando a regra da Constituição que determina um reajuste periódico para preservar o poder de compra.