Quando o eleitor não é levado a sério

2015-04-10_190211

A Câmara de Vereadores está para votar o fim da segunda sessão semanal. O motivo debatido, propalado e até risível é a diminuição de custos. Risível pois circula pela Câmara um documento que a autoria é apontada ao vereador Gilmar Pessutto (aquele mesmo que declarou que não perde seu futebolzinho das quartas-feiras por nada), onde enumera os pontos de economia com uma sessão semanal de R$ 134,00 em luz, R$ 411 em telefone R$ 1.263,00 em segurança e assim vai até o absurdo de enumerar as 17 garrafinhas de água por vereador por sessão. Mas o ponto alto do ridículo, chegou na avaliação do nobre vereador, que fez o cálculo da depreciação dos móveis a serem usados em R$ 11.822,00 em 10 anos de duas sessões semanais.
Se todo este esforço de argumentação fosse utilizado para que o município não perdesse o prédio da biblioteca pública na praça Centenário, que já tinha projeto e dinheiro em caixa, na primeira gestão de Pasin, seria mais louvável. Só para apontar um dos tantos pontos em que o nobre vereador poderia ter empregado tanta energia e esforço de justificativa.
Mas neste “estudo”, em nenhum momento foi cogitado pelo vereador diminuir número de cargos em gabinetes.
Eis que uma vassoura nova, de oposição, ocupando a tribuna na última sessão, teve a clareza de traçar um paralelo entre um trabalhador celetista e um servidor púbico. O vereador lembrou aos nobres colegas que se um trabalhador não cumpre a jornada de 44 horas tem vencimentos descontados. O vereador (reportagem página nove desta edição) propõe que, se o motivo é economia, que seja cortado o salário dos vereadores, em também em 50% como o número de sessões, gerando assim uma economia que realmente faz a diferença em quatro anos. R$ 3.329 milhões.
Seguiu-se silencio sepulcral.
Falando na praça Centenário, a prefeitura divulga que “busca investidores para construir um mercado público na praça Centenário”. Logo esta administração roeu a corda depois da pressão moradores dos prédios próximos à praça que não queriam aumentar movimento de carros e pessoas no beco e deixou de construir uma biblioteca pública – continua pagando aluguel – quando o dinheiro já estava no caixa.
Este delírio, já que nenhum gestor consciente colocaria no meio da cidade, sem acesso para escoamento, um número sem fim de caminhões para abastecer o tal mercado público de madrugada e durante o dia, lembra em muito os devaneios do ex-prefeito Lunelli. Sem falar que a “parceria público/privada” está mais para os empresários entrarem com o dinheiro e o Pasin com o discurso….