Protesto contra reforma da previdência reúne quase 500 pessoas no centro de Bento Gonçalves

2015-04-10_190211
Professores e funcionários do Cpers de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa protestaram em frente à prefeitura

Manifestação reuniu educadores de escolas de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa

A paralização nacional contra a reforma da previdência reuniu quase 500 pessoas no centro da cidade, segundo a diretora geral do 12º Núcleo do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (CPERS), Juçara Borges. Estiveram presentes na manifestação profissionais de escolas de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. Na capital do vinho, dez escolas aderiram ao movimento.
“Queremos mostrar para a sociedade que a pauta não é apenas pelo reajuste salarial, mas pela reforma trabalhista e previdenciária que vai vir. Hoje nossos alunos correm risco de no futuro de não terem como trabalhar. Se tiver que pagar 49 anos de contribuição para se aposentar, os trabalhadores estarão com 70 anos tentando se aposentar”, desabafa.
Ainda de acordo com Juçara, cada escola tem a autonomia de decidir de que forma irá tratar o assunto. “É preferível colocar um mês de férias de aula, do que ter que trabalhar 10 ou 20 anos”, explica.
Já passava das 10 horas e os arredores da Casa Amarela estavam tomados por bandeiras vermelho e amarela e por faixas pretas com farses contra a reforma da aposentadoria, tais como: “A Escola São Roque na luta contra a reforma da previdência”. “Contra as reformas da previdência e trabalhista que atacam direitos de todos trabalhadores”. “A reforma da previdência é o fim da aposentadoria”. “Professor sem piso, escola sem qualidade, alunos sem educação, Brasil sem futuro”. “Reforma da previdência, o golpe fatal”. As mensagens de protesto acompanharam o grito de educadores contra a proposta do governo.
“Temos que mostrar para classe política estadual e brasileira que não estamos inerte do que está acontecendo. É um primeiro passo, e esse ano será bem importante nesse quesito porque nós chegamos no limite. Nossa escola costumeiramente não participa dessas manifestações, e hoje 100% está paralizada”, afirma Samuel Sacre, professor da rede estadual da escola São Roque, de Carlos Barbosa.
Ainda de acordo com o professor, a ideia principal do movimento é reverter o que acredita ser o maior atentado aos direitos trabalhistas da história do país, que na opinião dele é a reforma da previdência. “A paralização de hoje é por esse motivo, iniciamos uma greve que a princípio deve durar 10 dias”, protesta.
No movimento que durou mais de duas horas, foi possível observar a união entre os educadores. Uma das professoras da rede estadual acredita que é importante transmitir aos alunos o que está acontecendo, e explicar na sala de aula a ideia do movimento e os motivos pelo qual acontece.
“É algo que discutimos dentro da própria escola, porque já percebemos que as grandes mobilizações têm um ponto negativo perante a sociedade e dentro das escolas queremos utilizar um tipo de linguagem que seja acessível para os alunos, para que entendam o que está acontecendo. É um diálogo com alunos e comunidade”, sintetiza.

Bloqueio de rodovias
As manifestações chegaram também às rodovias do estado, que foram bloqueadas na Região Metropolitana de Porto Alegre , na Serra Gaúcha e no Sul do estado na manhã de quarta-feira,15, como parte da mobilização nacional contra a reforma da previdência.
O primeiro bloqueio ocorreu na ERS-239, entre Sapiranga e Novo Hamburgo, na Região Metropolitana, entre 6h50 e 7h50. Conforme o Grupamento Rodoviário da Brigada Militar, em torno de 100 pessoas bloquearam a pista, causando congestionamento. Os manifestantes liberaram a via e caminharam para o interior da cidade de Sapiranga.
Também foi registrado bloqueio em rodovia em Caxias do Sul, na Serra, conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde a BR-116 foi totalmente bloqueada por cerca de 150 manifestantes.
Também houve bloqueio na ERS-122, entre os quilômetros 66 e 79, ainda em Caxias do Sul, por conta de protestos contra a reforma da Previdência.
Ainda segundo a PRF, foi registrado bloqueio total no trevo de São Lourenço do Sul, no entrocamento, na altura do km 465, entre a BR-116 e a ERS-265, no Sul do estado, onde aproximadamente 150 manifestantes fazem ato contra a reforma da previdência.