Projeto de leitura da Embrapa abrangerá cerca de 20 transportes coletivos

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A iniciativa, inspirada no projeto “Leitura para Todos” criado pela UFMG, em Belo Horizonte, visa sensibilizar estudantes e servidores para a importância da literatura

Projeto deve ser colocado em prática dentro de um mês, e livros devem ser distribuídos em coletivos urbanos e rurais

Um projeto de leitura deve ser colocado em prática em maio deste ano. A biblioteca da Embrapa deve disponibilizar inicialmente cerca 135 livros, distribuídos em ônibus do meio rural e urbano. Serão de 15 a 20 bolsões (9 livros por ônibus). De acordo com a bibliotecária da Embrapa, Rochelle Martins, o diferencial é que agricultores também serão beneficiados com o projeto.
“Os livros serão distribuídos também em ônibus da Embrapa, com o objetivo de levar a leitura para os agricultores”, afirma. A bibliotecária afirma que nãos serão distribuídos apenas livros técnicos.
“Vamos disponibilizar também livros de auto ajuda, entre outros formatos de literatura, entre livros também que ganhamos através de doação”, explica.
Segundo Rochelle, na última sexta-feira, 31, a entidade recebeu o aval de uma empresa de ônibus da cidade. A bibliotecária projeta que em um mês o projeto seja colocado em prática.
“As empresas terão livros para repôr e a sugestão é que as pessoas ajudem repondo livros, fazendo uma troca, deixando livros nos coletivos”, sugere.
A biblioteca da Embrapa Uva e Vinho tem mais de 14,2 mil publicações, entre livros, artigos, folhetos, folders, dissertações e análise de congressos. A Embrapa trabalha em conjunto com outras 48 bibliotecas no Brasil. O número de documentos disponíveis impressiona. São quase 900 mil indexados, e que também estão online.
De acordo com Rochelle o acervo é composto por livros e periódicos que trazem conteúdo sobre uvas e frutas tropicais. Rochelle é formada em Biblioteconomia pela UFRGS, e tem mestrado em Ciência da Informação pela UFSC.

A biblioteca na Embrapa
Uma média de 43 pesquisadores frequentam a biblioteca para realização de pesquisas. O acervo é composto por livros e periódicos sobre uvas e frutas tropicais, além de opções de outras publicações. Rochelle destaca que o espaço é aberto também para o público em geral.
“O público externo pode frequentar e quando existe um vínculo com universidade o acesso é facilitado. É possível estudar na biblioteca e também digitalizar e enviar arquivos por e-mail. Grande parte das publicações estão disponíveis online”, afirma.
Ainda segundo a bibliotecária o acervo tem obras desde 1800, além de dicionários e enciclopédias. São quatro salas de estudo fechada e mais três computadores.

A ideia no Brasil
Em 2014 um designer colocou em prática a ideia de incentivar a leitura em pontos de ônibus do Rio de Janeiro. Há pouco mais de um ano, Vitor Sento Sé teve uma iniciativa para estimular não só a sua criatividade, mas também a dos outros. Desde abril do ano passado, o designer e mais quatro amigos tiveram uma ideia que tem deixado o dia de muitas pessoas mais leve na zona sul do Rio de Janeiro.
O grupo decidiu instalar caixotes de madeira em pontos de ônibus e abastecê-los com livros. Com uma placa sobre as caixas com a frase “Troca 1 Livro?”, o projeto funciona como um momento de lazer e de cultura para pessoas enquanto elas esperam os coletivos passar.
Segundo Vitor, o objetivo da iniciativa é estimular “o potencial criativo da cidade”. Inicialmente, o projeto recebeu 100 livros, doados por amigos dos idealizadores, que planejam expandir a troca de livros para outros bairros do Rio.
À espera dos ônibus, o público pode encontrar obras de diversos gêneros da literatura nacional, estrangeira e infantil. No pequeno acervo espalhado em dez pontos, o grupo oferece, por exemplo, livros de nomes como Jorge Amado e Vladimir Nabokov.
Além de Vitor, o projeto foi criado pelos urbanistas André Almeida e Hugo Rapizo, o designer Jonas Dihel e o fotógrafo Marcelo Braga. Com as “bibliotecas itinerantes”, as pessoas podem trocar e ler gratuitamente os livros, tornando as viagens em meio aos engarrafamentos menos pesadas.

Projeto “Vamos Ler”
A ideia, que deve ser colocada em prática em Bento Gonçalves existe há pelo menos um ano em em Minas Gerais, com o projeto “Vamos Ler”, criado em 2016.
Através da inserção de poemas nos espaços utilizados pela comunidade acadêmica, a UFJF-GV criou o projeto “Vamos Ler”, que disponibiliza obras literárias nos ônibus que levam alunos e servidores ao Restaurante Universitário da Univale, assim como em pontos do Restaurante Universitário da Região Central.
A iniciativa, inspirada no projeto “Leitura para Todos” criado pela UFMG, em Belo Horizonte, visa sensibilizar estudantes e servidores para a importância da literatura, conforme ressaltou Flávia Carvalho, produtora cultural da UFJF-GV. “Trata-se de um convite para que todos conheçam os inúmeros poetas que existem no Brasil e no mundo, e que são capazes de interpretar a nossa sociedade através de versos e rimas. Também esperamos contribuir para a formação de público para o universo artístico-cultural, neste caso, para a literatura.”
As obras são apresentadas e plastificadas em formato A5, afixadas com cordões de barbante na parte traseira dos bancos dos ônibus e nas grades e corrimões dos Restaurantes Universitários, propiciando o fácil acesso. “Ninguém gosta de ficar em filas e com o tempo ocioso. Este projeto possibilita que as pessoas tenham acesso à cultura justamente nestes momentos. A literatura passa a fazer parte da rotina dos usuários”, afirmou a bibliotecária Aline Costa, da UFJF-GV.