Professores rejeitam proposta do Governo de pagar os dias de greve e descontar em seis meses

2015-04-10_190211

Cpers rejeitam proposta do Governo e convoca assembleia geral

Em reunião com o comando de Greve, nesta quarta, 8, o Governo Eduardo Leite pediu o fim da greve e ofereceu parcelar o desconto dos mais de 50 dias parados. Mesmo tendo perdido força nas últimas semanas, a greve ainda mantém 132 escolas totalmente paralisadas no Estado, cerca de 70 delas em Porto Alegre. A rede estadual conta com quase 2,5 mil instituições de ensino.

Apesar da contrariedade a respeito da proposta apresentada pelo governo nesta quarta-feira, a entidade sindical informou que a proposição será submetida a assembleia geral dos professores.
A proposta levada pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) é de pagar o salário da categoria relativo aos dias paralisados de forma integral em folha suplementar a ser rodada em até cinco dias úteis a partir da adesão da categoria ao acordo. No entanto, o Piratini não abre mão em descontar os dias paralisados pelos professores. A medida seria realizada de forma parcelada ao longo de seis meses.Porém, quando for concluída a recuperação de 25 dias de aulas perdidos no ano passado, o Estado propõe uma nova rodada de negociação para discutir se mantém ou não o desconto. O secretário Faisal Karam disse que o Estado está propondo uma trégua ao impasse. “Ambos lados concordam em priorizar os alunos, por isso a urgência está em recuperar as aulas perdidas e finalizar o ano letivo 2019”, disse o titular da Educação.

O impasse poderá interferir no próximo ano letivo. “Para nós há um espaço de diálogo, mas não há nada de concreto em que se possa avançar. Chamei a atenção do governador de que isso pode criar um caldo para que o ano letivo de 2020 não seja iniciado”, alertou Helenir Schürer, presidente do sindicato que representa o Magistério, após a reunião. O comando de greve do Cpers se reuniu e definiu a data de uma nova assembleia geral da categoria no dia 14 de janeiro.

Proposta do Governo

O Secretário de Educação do Estado Faisal Karam eviou a propsota de tres itens para o Cepers:
1 – Que os membros do magistério público retornem ao trabalho imediatamente, finalizando os dias letivos faltantes para a conclusão do calendário de 2019.
2 – Depósito em folha suplementar, em até 5 dias úteis após o fim da greve, dos valores descontados referente aos dias parados em razão da greve e posterior desconto desses dias parados em parcelas mensais, limitadas a 20% do salário mensal de cada servidor.
3 – Abertura de mesa de diálogo, após a finalização da greve, para discutir a questão do desconto dos dias parados em razão da greve.

Nota do Comando de Greve do CPERS

A proposta apresentada nesta quarta-feira (8) pelo governo constitui-se em um flagrante ataque ao direito de greve. O Piratini propõe o pagamento em folha suplementar dos salários cortados mediante o fim da greve e a recuperação das aulas.Mas descontará, ao longo de seis meses, os dias parados do contracheque dos educadores(as). Mesmo após a recuperação. Ou seja, o corte de ponto seria parcelado, ao invés de integral. Assim mantendo a penalização dos grevistas.

Diante do exposto, que não condiz com o pleito da categoria expresso no dia 20 de dezembro, convocamos nova Assembleia Geral para discutir com a base, a ser realizada na próxima terça-feira (14), às 13h30, no pátio do Colégio Candido José de Godoi. Até lá, a greve continua. Após, a categoria decidirá.Ressaltamos que, enquanto o governo desvia o foco e ganha tempo sem solucionar o impasse, articula a votação do pacote para o final de janeiro.

É preciso compreender este movimento do governo para fragilizar o Sindicato e a resistência, que se mostrou inquebrantável no último período. Independente da situação da greve e da recuperação das aulas, estaremos em peso em Porto Alegre na semana da votação dos projetos.